Jornal Estado de Minas

Virada de mesa

A pandemia levou representante têxtil de volta para a cozinha

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As primeiras memórias de Raquel Rodrigues Sanches Mascarenhas (@tortasdelicias_tiaraquel)  na cozinha remontam à infância. Entre os 12 e 13 anos, volta e meia estava ajudando a mãe, Ilza Rodrigues Sanches, e a tia, Esperança Stefano, a preparar os doces e salgados encomendados para os casamentos em Barbacena, sua terra natal.



O tempo passou, Raquel mudou-se para Belo Horizonte, casou, teve quatro filhos - três mulheres e um homem - e, ao lado do marido, Antonino Mascarenhas, nos últimos anos trabalhou como representante têxtil. 

A paixão pela culinária se manteve presente, mas, por um bom tempo, o talento de Raquel na cozinha era compartilhado apenas com os filhos, a família e amigos próximos. 

Tudo ia muito bem no escritório, com um bom movimento de pedidos pelas confecções. Até que veio a pandemia do novo coronavírus e as coisas mudaram de rumo. Raquel pensou que a emergência sanitária passaria rapidamente e, em 15 dias, tudo voltaria ao normal.

A empresária só percebeu que a crise provocada pela COVID-19 seria maior do que imaginava quando os pedidos começaram a ser cancelados e o cancelamento de feiras de moda tornou-se realidade. "Naquele momento, comecei a ficar preocupada", lembra ela, que no entanto ficou parada por pouco tempo.



Bastou que os filhos trocassem algumas mensagens no grupo da família para que fosse provocado um verdadeiro auê. Todo mundo quis comprar as disputadas tortas salgadas, item obrigatório à mesa das comemorações e aniversários.

Vieram pedidos da família e dos amigos da família, que sempre apreciaram as tortas de frango, bacalhau, camarão e vegana. "O sabor delas não tem igual", diz Raquel, lembrando que a vivência com a família durante sua adolescência em Barbacena foi importante para que aprendesse os segredos da cozinha

A empresária conta que sua mãe, aos 99 anos, ainda cozinha muito bem. "E ela não recorre às receitas. Sabe tudo de cabeça. Eu tenho todas as minhas receitinhas escritas", comenta. 

Trabalhar em casa tem suas vantagens, segundo Raquel. "O horário somos nós quem fazemos." Na terça-feira passada (27/4), por exemplo, ela foi para a cozinha depois das 17h,  já que na parte da manhã foi tomar a vacina e renovar a carteira de motorista.

Na cozinha, Raquel trabalha sozinha. Antonino, o marido, é responsável pelas compras de ingredientes. Se o cliente não for retirar o pedido na casa dela, no Gutierrez, as tortas podem seguir via motoboy. Raquel não descarta a possibilidade de ampliar os negócios. "É uma ideia para 2022."