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Sem folia, Geo Cardoso, fundador do Baianas Ozadas, batalha por emprego

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Geo Cardoso jamais pensou que depois de deixar o jornalismo para se dedicar ao bloco Baianas Ozadas, um dos maiores sucessos do carnaval de Belo Horizonte, voltaria à rotina nada festiva dos escritórios.

Por indicação de um amigo, ele conseguiu emprego temporário em uma campanha política. A eleição passou e Geo tenta se recolocar no mercado publicitário. “Não está sendo fácil. As empresas preferem contratar recém-formados. Preferem avaliação de currículo a processos seletivos”, observa.



O interesse dele pelo carnaval de BH surgiu em 2012. Depois de passar por alguns bloquinhos e curtir o clima saudável da brincadeira na cidade, ele, com passagem comprada para Salvador, desistiu de viajar para a Bahia. Naquele momento, Geo teve um insight. Reuniu amigos baianos que viviam por aqui e montou um bloco.

“Saí do escritório, passei no Centro e comprei tecido branco para minha mãe (Soane Souza) fazer sete saias e sete turbantes”, relembra. Os barbados vestidos de baiana geraram empatia imediata com o público. No ano seguinte, veio a surpresa: “Nossa estimativa era de 500 foliões nos acompanhando, mas foram mais de 
10 mil pessoas.”

Em 2020, Baianas Ozadas fez um desfile lindo, que entrou para a história do carnaval de BH. Porém, veio a pandemia e mudou radicalmente a história do bloco. “Alguns músicos venderam os instrumentos, precisaram se desfazer de bens”, lamenta Geo, que, ao lado da produtora-executiva Poliana Paixão, seu “braço-direito e esquerdo”, fez o possível para ajudar os companheiros.



Eles tentaram, via Lei Aldir Blanc, aprovar o projeto de um disco, sem sucesso, enquanto alguns membros do Baianas conseguiram sinal verde para propostas individuais.

Geo lamenta o cancelamento da folia de 2021, mas sabe que é importante evitar aglomerações neste momento imposto pela COVID-19. Diz que será progressiva a retomada da agenda do Baianas, que costumava fazer 80 shows por ano, em média.

“Seremos o último setor a voltar com força. Para pegarmos o ritmo das 35 apresentações que fazíamos só entre o réveillon e o carnaval, deve levar dois ou três anos”, calcula.

Ao falar de futuro, o carnavalesco não faz previsões. “Não sei como será o mês que vem. Tô na pista tentando”, afirma. Otimista, ele garante que vai transformar a melancolia em reserva de alegria para um novo amanhã.