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Estado de Minas HIT

O figurinista Alex Dario conta à Coluna Hit o que aprendeu com a pandemia

Convidado da seção 'Vivendo e aprendendo', ele revela que a solidariedade é uma das lições mais preciosas destes tempos difíceis


16/01/2021 04:00


Alex Dario
Figurinista

A pandemia nos fez despertar para a necessidade do coletivo em tempos nebulosos. A incerteza e o medo nos mobilizaram a sair do individual para o comunitário, exatamente porque a doença não é um risco pessoal, mas um perigo constante de contágio para todos ao redor do mundo.

É preciso ter consciência da necessidade de novos hábitos, como o uso de máscaras, sem pensar no desconforto, mas na preservação da vida. Esse é um ponto de resgate do equilíbrio para a harmonia do todo, já esquecida, abandonada e desprezada. Assim, vamos nos reconstruindo nesta nova oportunidade de respeito, exercitando a empatia para sobreviver. A necessidade de preservação da vida trouxe luz ao fundo do túnel!

Passei a usar minhas roupas de sair para colocar o lixo pra fora, ir ao supermercado/padaria, pra assistir à TV e dormir. Usei as roupas de casa para participar de livros e de conversas em grupo no Zoom para um brinde. Criamos redes de auxílio a profissionais do audiovisual com o objetivo de obter recursos básicos para a classe, que foi a primeira a parar suas atividades e, provavelmente, será uma das últimas a voltar ao trabalho (todos, em sua maioria, freelancers).

Vendi virtualmente roupas, objetos e utilitários dos quais não tinha necessidade. Aprendi a viver com a ajuda de R$ 600 por mês! Tive o apoio de amigos para mudar de casa, que nos ofereceram moradia sem custo. Moramos quatro meses em um novo apartamento sem pagar aluguel, mesmo não tendo intimidade/amizade alguma com o proprietário, que nos fez a proposta de pagamento apenas das taxas até tudo voltar ao normal.

Recebi, com afeto e orgulho, o carinho de uma cesta básica do grupo de amigos de infância do colégio, além de outra, de minha mãe, nos primeiros meses mais críticos. Troquei itens repetidos das cestas com amigos e familiares.

Me fantasiei duas vezes por semana, durante seis meses, para realizar sorteios de rifas por grupos de WhatsApp e angariar fundos para amigos em tratamento de saúde.

Fiz café fresquinho para pessoas em condição de rua, compartilhamos roupas e utilitários com os mais necessitados. Fiz aniversário e recebi cestas com itens inimagináveis, comprados por meio da vaquinha entre pessoas e amigos que gostam de mim (com produtos requintados que não poderia adquirir naquele momento). Recebi dinheiro emprestado, mas não consegui devolver porque virou presente!

Doei, presenciei e compartilhei itens do nosso acervo de vestiário/acessórios de moda e figurinos com pessoas de quem a gente gosta. Fizemos comidinhas gostosas para auxiliar o tratamento de uma amiga que, infelizmente, não resistiu à luta contra o câncer. Fiz sopinha para outra amiga, que não sabe cozinhar, para fortalecê-la num dia de mal-estar...

Estimulamos e compartilhamos iniciativas de venda de produtos de pequenos produtores numa corrente do bem para estimular o comércio alternativo de profissionais sem emprego.

Foi, verdadeiramente, uma oportunidade linda de resgatar o olhar para o outro, pelo outro e com o outro!

Os abraços fazem falta até hoje, mas, a partir de agora, as novas maneiras de nos acarinharmos sempre farão toda a diferença.

Em meio à indiferença de alguns, nos sentindo órfãos neste país dividido entre a insanidade egoísta e a perversa política em confronto com a sensatez da postura saudável de muitos, sigo com cautela. E vivo!

Um dia de cada vez, aguardando o mundo chegar a um novo modo operante, vamos reaprendendo a conviver!

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