Jornal Estado de Minas

Diário da quarentena

Nas escolas deveriam ensinar matemática, português e bom senso

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Rodrigo ferraz
empresário

Começo meu diário com uma reflexão que há muitos anos me acompanha: somos criados imaginando que o mundo é perfeito. Um exemplo simples é que a maioria das histórias termina em final feliz. Ao passar dos anos, descobrimos que o mundo, além de imperfeito, é incerto. Isso traz conflitos emocionais, decepções e até depressão.



Este momento é a prova dessa incerteza. E a melhor forma de lidar com isso, na minha opinião, é aceitar essa condição. Quando lutamos contra, há um grande desgaste e focamos mais no problema do que na solução.

Já nos primeiros dias da pandemia meu pensamento foi proteger minha família fisicamente e emocionalmente. Nas empresas, criei mecanismos para diminuir os riscos para os funcionários. Em seguida, encarei a situação, aceitei os fatos e acionei as equipes em busca de soluções.

Procurei ser cuidadoso, pois, em um momento difícil, as pessoas ficam fragilizadas. Busquei ser exemplo, na minha opinião, um líder não pode ficar atrás da mesa dando ordens. Tem que dar as orientações estratégicas, estar junto da equipe e, dentro das possibilidades, colocar a mão na massa. Além do cuidado, demonstrei firmeza, disposição, positividade e bom senso.



Meu pai sempre dizia “nas escolas deveriam ensinar matemática, português e bom senso, o mundo seria melhor”. Consegui agir assim comigo mesmo – mais difícil, com a minha família e com funcionários, porque há muitos anos caminho para uma questão fundamental: o amadurecimento emocional, com meditação, exercícios físicos e auxílio psicológico.

Como empresário de entretenimento e gastronomia, meus negócios foram completamente atingidos. Então, a rotina nesse período foi criar estratégias para me reinventar e fazer minha parte para manter a economia girando. Procurei me inteirar e estudar as tecnologias, o que foi um desafio.

Com este movimento, conseguimos criar o Fartura Digital, o primeiro festival de gastronomia e cultura do Brasil neste formato. E foi um sucesso enorme, com números expressivos de audiência, os restaurantes tiveram uma venda significativa no delivery, além de ações sociais, que ajudaram muitas pessoas.



No Albanos, também não ficamos parados. Além de implantarmos o delivery de comidas, aperfeiçoamos o de bebidas. Ambos podem acessados por aplicativo, e-commerce, telefone, por encomenda ou, no caso bebidas, até uma cerveja na hora, gelada. Lançamos novos produtos, novos projetos e demos continuidade aos projetossociais.

Sempre fui adepto do capitalismo consciente, além do lucro e geração de empregos, procuro trazer algum tipo de benefício para a sociedade. Portanto, em relação ao trabalho, essa quarentena está sendo menos dolorosa, pois os valores praticados agora como solidariedade, cooperação, cuidado, criatividade, praticamos há muito tempo. E do ponto de vista pessoal também está sendo menos doloroso.

A minha grande esperança é que o mundo saia dessa um pouco melhor, principalmente o Brasil. Com um pouco de cidadania e pensamento coletivo, ninguém segura 
nosso país.