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A vida realmente começou aos 40 para coordenadora de Marketing

Bianca Di Gioia conta que o número que importa nesta matemática existencial é o de pessoas que impactamos e pelas quais somos impactadas


postado em 12/07/2020 04:00 / atualizado em 10/07/2020 17:10

Bianca Di Gioia
Coordenadora de marketing


Confesso que acreditei que a vida realmente começava aos 40 e, por isso, já no primeiro minuto desse meu renascimento, comecei a imaginar como gostaria que fosse. Imaginei vivências mais maduras e profundas, consolidação e fortalecimento de carreira, muitas viagens e eventos! Eventos são o que mais amo fazer e participar!

Do momento da concepção do projeto, ao trabalho em equipe, fazendo do sonho uma realidade. E então, o espetáculo, o show, a peça, o encontro, a alegria, a gastronomia, o vinho, a vivência, o êxtase, a satisfação!

Aí veio a rasteira da quarentena. Sem o menor aviso-prévio, toda a possibilidade do contato humano, da endorfina e da excitação de se estar fisicamente juntos foi substituída pelo silêncio e pelo distanciamento, necessários e urgentes.

No começo, mesmo com tantos e tão fundamentais contatos e informações virtuais, que davam uma sensação de que tudo voltaria ao “normal” em breve, sentia as coisas dispersas e sem rumo, algumas vezes extremamente emocionais ou catastroficamente realistas. Sentia-me tateando em um escuro de possibilidades, de novas formas de interação e possuída por muito mais tempo de introspecção, o que gerava novos sentimentos com relação a tudo e a todos, mas ainda presa a um saudosismo do ontem.

Esses sentimentos me fizeram alternar entre momentos de crença e força absolutas e momentos de total incerteza e desespero quanto ao futuro. Mas uma hora a ficha caiu, e entendi que não podia basear esse agora no ontem e comecei a tentar entender o que poderia ser feito com essa nova realidade, mantendo o foco no esforço de enxergar o que tinha de melhor nisso tudo.

A primeira coisa que percebi é que estávamos vivendo um momento de mutabilidade e de impossibilidade de se ver um futuro de longo prazo. E isso me assustou muito, porque trouxe para bem perto a noção de finitude, da qual sempre adiei pensar sobre. Mas (e esse é um mas bom!) também me fez ter mais compaixão e empatia com todo mundo e, não menos importante, percebi que existia pouco a perder em mergulhar no novo.

Entendi que agora é a hora de quebrar paradigmas, criar relações de trabalho, não só virtuais, mas mais humanas. De ter um olhar mais atento e carinhoso aos outros e a tudo o que me cerca. Afinal de contas, tinha a possibilidade de me conectar profissional ou pessoalmente com o mundo todo. Adquirir novos conhecimentos, até então inacessíveis. E de ter a chance de me colocar à disposição dos que precisam, financeira ou emocionalmente.

Mantendo-me sempre próxima aos meus amigos e amigas, à minha família, e a todos aqueles que me dão o amor necessário, mesmo virtualmente, para que cada um dos dias seja melhor que anterior. (Adoro os happy hours, mesmo virtuais!)

E no final das contas, a minha vida realmente começou aos 40. Não do jeito imaginado, mas do jeito que precisava ser agora, e o número que realmente importa de toda essa matemática existencial, não é o 40 ou a quarentena, ou quanto tempo isso vai durar, mas é o número de pessoas que impactamos e pelas quais somos impactadas, trazendo o melhor que somos hoje para esse renascimento coletivo.

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