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'Meu mundo caiu?', diz Olívio Cardoso no 'Diário da quarentena'

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Diário da quarentena

Meu mundo caiu?

Olívio Cardoso
Dono do Estabelecimento Bar

Cinco horas da manhã de uma segunda.



Chego a BH ainda com a areia de praia no chinelo.

Tinha sido padrinho de casamento de duas lindas amigas em Búzios.

Fim de semana perfeito, mas ali já existia alguma coisa no ar, além da maresia.

Durmo.

Acordo às 16h dessa mesma segunda-feira com um sentimento estranho.

A coisa tinha estourado. Os comércios, shoppings seriam fechados, e eu ali!

Sou dono de bar. E aí?

Meu mundo caiu? Vai cair?

Filmes e filmes passando pela cabeça.

O bar? Os funcionários?

O aluguel? A grana? As contas? Os amigos? A família?

A alegria de viver?

E o mundo se acabando em mortes...

A angústia deixa o corpo vazio, não só o peito.



Os dias vão passando e junto a euforia para qualquer coisa.

Os sorrisos dão lugar às máscaras coloridas!

– Olívio, quero te ver.

– Não pode!

– Olívio, deixa eu ir “escondido” ao bar para te ver e tomar uma cerveja de longe com você?

– Não pode!

– Olívio, passe aqui em casa para te ver.

– Não posso.

– Olívio, e aí? Como você está ?

– Tudo bem, estou ótimo! E você?

Esta seria minha resposta até aquele 17 de março.

E hoje? Estou bem?

Estamos bem?

Não sei.

Mas e o acreditar no amanhã melhor, nos abraços e beijos que serão dados?

Sim, estamos bem!

E ficaremos melhores ainda.

Tudo vai melhorar.