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Mineiro narra como enfrentou, nos EUA, a suspeita de ter COVID-19

No Diário da quarentena, Filipe Forattini conta como foram os dias de isolamento na Califórnia. A solidariedade de gente desconhecida foi um alento para ele e a família


postado em 11/04/2020 04:00

 

“A gritaria das

redes sociais não

substitui um

ato real de apoio”

 

“A empatia ainda

é o melhor remédio

e não depende de

proximidade física”

 

Moramos em Berkeley, perto de São Francisco. A região foi uma das primeiras a decretar o isolamento social nos Estados Unidos, há quase um mês. Mesmo sendo uma área muito conectada com o mundo, eles conseguiram achatar a curva e são referência para outros estados. Considerando as ações de isolamento, regras e novos costumes, a sensação é de estar sempre algumas semanas à frente do Brasil e muitas semanas atrás da Europa e da Ásia.

 

No mês passado, minha esposa começou a apresentar todos os sintomas da COVID-19. Em respeito à saúde dos nossos vizinhos e outros moradores da cidade, seguimos as diretrizes e nos isolamos completamente. Nem um pé pra fora de casa, nada.

 

Assim que comunicamos isso para algumas pessoas da vila, começamos a receber brinquedos, livros e muita comida. Todas as vezes que a campainha tocava, a gente começava a chorar de emoção, por sentir o carinho das pessoas e por saber que ali, longe de casa, alguém se importava, mesmo sem conhecer a gente direito.

 

Depois de oito dias de espera e de tantos sintomas, o exame voltou negativo. Temos plena consciência do nosso privilégio, temos água corrente, alimentos, um teto e estamos em um lugar seguro, onde as pessoas acreditam nas orientações dos responsáveis pela saúde. Existem aqui, nos EUA, muitas iniciativas em grupo para a negociação de dívidas e também para salvar pequenos negócios, além de diversas iniciativas públicas para liberar dinheiro para quem mais precisa.

 

Diferentemente do que as pessoas imaginam, a Califórnia é um estado que tem como base o envolvimento social comunitário, principalmente esta região, que já foi atingida por outras doenças e devastada por terremotos. Como a COVID-19 demora a apresentar sintomas – e enquanto isso o coronavírus é transmitido –, acreditar na ciência e ter consciência de grupo é fundamental!

Se fica uma lição disso tudo, é que sem o envolvimento social local, com quem mora no seu prédio, na sua rua, no seu bairro, não conseguiremos ver quem realmente precisa de ajuda. A gritaria das redes sociais não substitui um ato real de apoio. A empatia ainda é o melhor remédio e não depende de proximidade física para acontecer. Se cuidem e cuidem dos outros. 

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