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Em sua segunda semana, Diário da quarentena traz relatos emocionantes

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Engraçado como grandes eventos, tragédias e acontecimentos fazem a gente querer voltar ao passado. Eu, nestes tempos de coronavírus, dei para tirar fotos antigas das caixas. Talvez as lembranças de dias mais felizes me ajudem a confirmar que depois da tempestade sempre vem a bonança. Curioso pensar que cada foto ali traz um momento, mas todas elas me mostram que é um tempo de espera e que depois dessa espera os rituais da vida precisam ser resgatados. Uma refeição à mesa, um tempo pra ler, escrever, a convivência de verdade com os filhos, com o marido, com a mulher. Com os amigos. Com os pais. Reconectar-se!

A tecnologia está aí para nos ajudar nessa pausa forçada do tempo. Conversas via WhatsApp, vídeos, músicas e até festivais de arte acontecendo na web vão amenizando nossa solidão, mas nada, nada disso é suficiente se o período de recolhimento forçado não servir pra gente olhar pra dentro. Entender que pausas são necessárias. E respiração também.



Sei que vivemos num mundo frenético em que o dinheiro é o Deus Sol, mas será que é sobre isso? Só isso? Será que não é hora de parar de querer tanto, ou mais, ou o que não precisamos? Será que não é hora de olhar pro lado, pro outro, mesmo que virtualmente, e ver que homem nenhum é uma ilha?

Outro dia, li na página de uma amiga um trecho do texto tirado do livro A queda do céu – Palavras de um xamã yanomami, de Davi Kopenawa Yanomami, que saltou aos meus olhos como uma lição de vida: “Só existe um céu e é preciso cuidar dele!”