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Maria Helena Cadar volta ao Sambódromo, no Rio, como destaque do Salgueiro

A vermelho e branco da Tijuca sairá com enredo homenageando o primeiro palhaço negro do Brasil, que é de Pará de Minas


postado em 26/01/2020 04:00

(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)


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Quando o assunto é carnaval, Maria Helena Cadar, mineira que há 17 anos é destaque do Salgueiro, tem sempre uma boa história para contar que não se resume apenas ao sambódromo carioca. Os desfiles dos blocos caricatos em Belo Horizonte estão em sua memória afetiva. “Toda nossa família tinha um ponto de encontro em frente à Chapelaria Londres, na esquina da Avenida Afonso Pena com Rua Espírito Santo. De lá víamos os blocos passando e até um pouquinho do corso, o desfile dos carros das famílias que vinham enfeitados e com as moças nos estribos. Eles ficavam indo e vindo pela Avenida Afonso Pena, com todo mundo se divertindo”, recorda.

Maria Helena conta que sua ligação com o carnaval sempre foi muito forte. “Todos os anos, minha mãe (Neusa Junqueira Salum) fazia uma fantasia para as matinês dos clubes. Costumo brincar que nasci durante um carnaval e que meu pai (Bady Salum), ao tirar minha mãe do hospital, deu uma volta pelo Centro de Belo Horizonte para que ela visse o movimento e talvez eu, recém-nascida, tomasse gosto pela folia”, diverte-se.

Sobre as mudanças na folia de rua de Belo Horizonte, Maria Helena reconhece que “promove-se aqui um dos mais bonitos e animados carnavais do Brasil”. Ela, contudo, acredita que é necessário um grande investimento na confecção dos carros alegóricos e nas fantasias “para os quais são necessários patrocinadores dispostos a investir no carnaval”.

Neste ano, no Rio Maria Helena sairá no carro 4 com a fantasia Hanna, a viúva. E, diferentemente do ano passado, quando ela desfilou a 13 metros do chão, virá mais baixo, a 1,70m. “Geralmente, vou no lugar mais alto do carro, mas pedi ao carnavalesco que me colocasse numa posição mais baixa para evitar as dificuldades ao entrar na Sapucaí”. Isso inclui obstáculos na rua marginal e um viaduto. “Vou poder desfrutar mais do desfile”, acredita.


COM A PALAVRA

Maria Helena Cadar
Destaque do Salgueiro

O carnaval deste ano parece que será o mais difícil para as escolas de samba do Rio de Janeiro. Apesar desse quadro agravado pela falta de recursos, o que o público pode esperar do desfile do Salgueiro?

Com todas as dificuldades financeiras que vivem as escolas de samba, teremos um belíssimo carnaval. As pessoas se superam nas dificuldades. No Salgueiro não será diferente. Fantasias lindíssimas e carros alegóricos idem. O Salgueiro está preparado para empolgar a Sapucaí.

Com o enredo O rei negro do picadeiro, o Salgueiro mais uma vez presta homenagem a um mineiro. Desta vez, ao primeiro palhaço negro do Brasil, Benjamim de Oliveira, que é de Pará de Minas. O que pode convencer os jurados a dar o primeiro lugar à escola?

Outras escolas também vêm com bons enredos e a disputa será decidida na performance de cada uma no desfile. Além do enredo, existem nove outros quesitos sendo julgados, cada um com a mesma importância. Por isso não basta ter um bom enredo. Todos são julgados e um pequeno deslize põe um ano de trabalho a perder.

O que você acha da ideia do carnavalesco Alex de Souza de trabalhar com tema mais lúdico, já que nos dois anos anteriores o Salgueiro defendeu enredos afro?

O Alex de Souza é um fenômeno e uma revelação no carnaval. Ele mudou completamente o estilo que o Salgueiro desenvolvia há anos e conquistou vários carnavais. Mas ele quis fazer uma mudança e, ao meu modo de ver, foi providencial. Na avenida ele vai apresentar um tema inovador e muito bem desenvolvido.

Para você, qual a grande lembrança no Sambódromo?

Sem dúvida, o enredo que mais me marcou foi Tambor (2009), com o qual o Salgueiro se tornou campeão e eu vesti uma das mais lindas fantasias. Os carros alegóricos vieram muito elaborados e representando o instrumento mais importante de uma bateria de escola de samba.

Qual a importância do estilista Belisário Cunha em suas apresentações na avenida? 

O Belisário, mais que um estilista, tornou-se um amigo, um irmão. Temos uma sintonia incrível e, na verdade, não preciso mais do que uma ou duas provas para que ele confeccione a minha fantasia. Todos me perguntam como eu compro os materiais, morando em Belo Horizonte e a fantasia sendo confeccionada no Rio. Ele se encarrega de tudo, e, na primeira prova que faço, vejo a fantasia quase pronta. No desfile, ele tem uma participação ativa. Além de supervisionar a montagem do esplendor e dos acessórios da fantasia, ele nos acompanha durante o desfile, sempre atento aos detalhes.

Emir Cadar, seu marido, está sempre ao seu lado. Poucos o veem, mas ele acompanha o carro alegórico da concentração à Apoteose. Qual é a importância dele não só no carnaval, mas em sua vida? 

Na minha vida, ele é tudo. Começamos o namoro há 51 anos e, desde então, temos uma convivência muito estreita e muito feliz. Tudo o que fazemos é sempre juntos. Não só no carnaval, mas em todas as atividades que ele exerce: seja na profissão (Emir é engenheiro, dono da Cadar Engenharia), no futebol, sendo presidente do Conselho Deliberativo do Atlético por seis anos. Emir é muito detalhista e está sempre atento aos detalhes da minha fantasia. Costuma conversar com o estilista quando não está gostando de algum detalhe ou quer que acrescente mais alguma coisa na fantasia.

Qual é o enredo dos seus sonhos? Aquele que você gostaria de defender?

O enredo dos meus sonhos é um que mostrasse a beleza e a grandeza do Brasil. Muito já se falou, mas precisamos despertar o mundo para esse gigante que é o Brasil. E o carnaval se presta muito a enviar mensagens. Quando se criou o Pró-Álcool, o Salgueiro fez um enredo patrocinado sobre o tema que correu o mundo e foi muito bem-aceito nos Estados Unidos. Por isso sou favorável a um enredo que mostre a grandeza do Brasil.







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