Jornal Estado de Minas

DA ARQUIBANCADA

Campeão de nada: foco, Cruzeiro!

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100% de aproveitamento em casa. Ataque mais eficiente e melhor saldo de gols. Distância de 13 pontos para o quinto colocado e seis em relação ao Vasco, o segundo. Campeão antecipado do primeiro turno. Maior média de público e recorde do ano no Mineirão. Sétima maior torcida do Brasil e a maior de Minas Gerais – desde a década de 1980. Isso tem um nome: Campeão de Absolutamente Nada.





Sou do tempo em que a Turma do Sapatênis possuía apenas as fake news e as chorumelas para nos contrapor, bem ao atual modus operandi do abominável presidenciável afeito aos caprichos das elites e oligarquias familiares, como a de Lourdes. “Vocês podem ganhar títulos e clássicos, mas na catraca, a gente ganha”. Era esse o argumento, como se os números da Nação Azul não comprovassem exatamente o contrário. Daí nasceu o termo “patético”.

Já nesse tempo recente de destruição do Cruzeiro pela organização criminosa da gestão Wagner Nonato Pires Machado de Sá, em 2019, concomitante ao período do Atlético de Lourdes turbinado pelas fortunas dos Bilionários do Brasil Miséria, vejo com ressalvas esses tipos de manchetes e malabarismos da “aldeia” para caçar cliques. Dela, não espero nada diferente, mas aos companheiros de arquibancada, peço um pé no freio ao reproduzirem tais “títulos de nada” para não se empolgarem com esses factóides. Foco até o fim! Esse deve ser o nosso norte.

Não importa o resultado desta noite contra o CSA. Entraremos no returno com uma larga vantagem para os demais. Isso nos dará segurança, mas também trará uma mudança de postura evidente de nossos adversários nas próximas pelejas. Acredito que apenas o Grêmio, que nos enfrentará em seu território, virá para cima, jogando de igual para igual. Nas outras 16 partidas, em casa ou fora dela, teremos de nos acostumar com ferrolhos defensivos, retrancas e equipes armadas para nos forçar ao erro ofensivo como forma de abrir a nossa defesa e ter a única chance de empate ou vitória.





Para não nos vermos engolidos por esse jogos truncados, muita paciência e cobrança contra o antijogo. Historicamente, os times do Cruzeiro não têm em campo um jogador – capitão ou não – que exerça com primazia essa pressão necessária para que a arbitragem não seja engolida pelas “ceras”.

Fora do gramado, temos Pezzolano cumprindo essa função com maestria. Desde os seus tempos de garoto, envergando a camiseta alvirrubra do Rentistas, esse uruguaio não é de ficar calado em meio ao calor das pelejas. Porém, essa vibração do comandante precisar estar no campo também, encarnada em algum de seus comandados.

Os últimos com essa característica no Cruzeiro, dos poucos em nossa história, foram Fabrício e Wellington Paulista. E lá se vão 10 anos... Basta lembrar da postura passiva de nossos dois últimos capitães, Fábio e Henrique. O que não diminui suas grandiosidades em campo, mas mostra como esse atributo nunca foi levado a sério dentro do clube.





Essa nossa deficiência ficou bem evidente na partida contra o Fluminense, pela Copa do Brasil. Desde o primeiro minuto, o time carioca colocou em prática um esquema para ganhar tempo: do tiro de meta às demoradas caídas no gramado. Segurou nosso time e quando o cronômetro exigiu que nos lançássemos desesperadamente em busca de um gol, veio o contra-ataque e gol deles.

O nosso bom momento, agora, exige essa cobrança como regra a cada peleja. Não nos importa recordes, manchetes curiosas do noticiário ou o oba-oba. Até aqui, nós, nas arquibancadas, e o time, no campo, temos feito as nossas partes com maestria. Uma sintonia que há muito não se via. A partir de agora restarão 17 partidas; 17 espetáculos onde essa orquestra celeste não pode se dar ao luxo de desafinar. Foco, Cruzeiro! Estamos quase lá!