Jornal Estado de Minas

DA ARQUIBANCADA

Pablito, torcedor-símbolo, deixa a arquibancada para virar estrela

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis



“Salve, salve, Nação Azul! Muito 'bom dia', muito 'boa tarde' ou muito 'boa noite'. Depende de quando você estará assistindo”.

Assim você dividia seu sorriso bom para nos chamar a um abraço; para nos convidar a um dedo de prosa; para dividir conosco um grito de gol ou a solidariedade da cabeça erguida após uma derrota.


O cântico de hoje é de dor e saudade por sua partida. A banda, tantas vezes puxada por você no Mineirão, agora toca uma batida triste, amarga e de puro alento. O manto sagrado, diariamente envergado por você, está molhado por estrelas que piscam lágrimas.

A gente senta numa bancada imaginária, em cada canto desse nosso isolamento, provocado por essa doença terrível que levou você e milhares de outros cruzeirenses e brasileiros. Sem acreditar que só enxergamos, ao nosso lado, um vazio onde deveria estar você, falando dos jogos, dos títulos e do dia a dia do Cruzeiro.

Hoje, é só lembrança: das excursões pelo Brasil e pela América do Sul afora; das resenhas pré-jogo; dos cânticos nas arquibancadas; das entrevistas pós-jogo; das lives noite adentro; das manhãs nos clubes sociais; das suas postagens nas redes sociais; do seu choro emocionado na carreata do Centenário do nosso Cruzeiro. Cada um de nós terá uma recordação pessoal e especial. Mas em todas elas, estará o sentimento do quanto foi gostoso dividir – com você – o amor eterno por um clube gigante.


Ê, Pablito. Vai ser difícil seguir o caminho da retomada de nossa história sem a sua presença física. Por outro lado, ficará seu legado a nos inspirar.

O legado de pai exemplar. De irmão de alma. De filho. De como amar incondicionalmente um time, os amigos, as amigas e seu filho-tesouro Gabriel, o “Marrentinho”.

Você nos repetia há todo instante: “Somos gigantes”! E olhando para sua dedicação em defender o Cruzeiro, seja nas glórias, tristezas ou superações, a gente escuta isso e pensa: “Poxa vida, ele tem razão! Nós somos Cruzeiro. Nós somos gigantes mesmo”.

Pablito, você foi corrente, foi elo. Foi guardião da nossa história. Foi palestrino, pois 100 anos depois, ao seu jeito, ainda contribuía para manter viva a essência de nossa fundação em 1921. Ou seja, juntando todos e todas para torcer por um time vindo do povo.

Pablito, “PaiBlito”, aqui sempre haverá uma camisa azul a lhe simbolizar. Sempre haverá uma torcida a lhe representar com gritos de apoio ao time estrelado para enfrentarmos as durezas da vida.
Onde você estiver, camarada, vai ter Cruzeiro!
Então, muito “bom dia”, muito “boa tarde” ou muito “boa noite”. Onde estivermos, a qualquer instante for, o seu legado também estará eternamente na voz da Nação Azul.
Vá em paz, patrimônio das arquibancadas! Vá ser cinco estrelas, Pablito!