(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Cruzeiro: cinco jogos para salvar cinco estrelas

Nesta reta final do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro'2019 precisa se superar para não ficar marcado pela covardia do Manobol, dos medalhões e de Wagner Machado Pires Nonato de Sá


postado em 20/11/2019 04:00 / atualizado em 19/11/2019 21:57

Os jovens zagueiros Fabrício Bruno e Cacá têm honrado a camisa celeste neste Campeonato Brasileiro(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Os jovens zagueiros Fabrício Bruno e Cacá têm honrado a camisa celeste neste Campeonato Brasileiro (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)


“Alguma coisa está fora da ordem”. Pensei ao ouvir o apito final do árbitro no pesadelo noturno da última segunda-feira, no Mineirão. Inacreditável a cena dos jogadores e comissão técnica do Avaí comemorando o rebaixamento para a Série B. Um dos capítulos mais medonhos da história do futebol mundial. Mas não era só isso... Algo naquele time celebrando com abraços e sentimento de “missão cumprida” me fez sentir como se olhasse para o espelho, foi quando entendi tudo: a covardia do Avaí é o retrato do Cruzeiro nesse 2019.

Quando assisti ao técnico do Avaí abraçar seus jogadores à beira do gramado, feliz pelo empate que os rebaixava, vi ali o rosto de Mano Menezes, que a cada derrota ou empate no primeiro turno do Brasileirão se mantinha feliz por ter abdicado dos titulares (do ataque e dos gols) para preservá-los para a Copa do Brasil e Libertadores. O Manobol foi responsável por um terço desse drama, 13 jogos, sete derrotas, quatro empates, só duas vitórias e o time deixado no Z-4.

Quando vi Marquinhos Gabriel tentando jogar futebol, me veio a lembrança de Itair Machado arrotando que aquela contratação nos faria esquecer De Arrascaeta. Esquecer? Até tentei, mas na substituição, quando poderia ter pintando Popó, Maurício ou qualquer garoto da base sedento por correr sangue para honrar a camisa do time profissional, Abel Braga chamou Fred. Fui tomado pelo ódio ao lembrar de algo ainda mais revoltante: como esquecer que a gestão canalha de Wagner Machado Pires Nonato de Sá encontrou um clube pedindo saneamento financeiro e, em vez disso, torrou cerca de R$ 30 milhões com um único jogador veterano em dois anos de contrato? Esse foi apenas um dos “crimes” que essa diretoria (com a benção do Conselho Paquiderme Deliberativo) cometeu contra a paixão de uma Nação Azul por uma instituição.

Também lembrei de que sob a batuta de Rogério Ceni, Abel Braga e Zezé Perrella, continuamos a mesma nau sem rumo. Um time acéfalo na criação de gols; conivente com medalhões chiliquentos; sem força política para questionar os inúmeros erros do VAR e com um Brasil inteiro louco por nos ver cair por terra. Por fim, quando corri os olhos pela tabela após o DÉCIMO QUINTO empate, foi como olhar novamente para o espelho e, desta vez, ver o manto sagrado no peito com as cinco estrelas, cansadas, se apagando uma a uma. Deixando meu corpo sem alma e coração.

Mas antes de me virar e ir embora, pude ver Fábio, Cacá, Fabrício Bruno, Henrique e Éderson deixando o campo indignados com o próprio time. Foi quando a primeira estrela apagada volveu a brilhar no meu peito. A segunda e terceira voltaram a reluzir, pois vi ali guerreiros, sem nenhum sinal de entreguismo e com vergonha na cara pela situação do clube que tanto amam.

Já a quarta estrela luziu forte, me fazendo estufar o peito, quando me virei para a arquibancada e vi uma garotinha de seis anos, cabelos cacheados, sorridente como uma Princesa Azul. Era Isabella, moradora do Maranhão, que nessa noite de segunda-feira cumpriu uma saga para estar em Belo Horizonte, realizando o seu maior sonho: assistir o amado Cruzeiro pela primeira vez num estádio.

Essa menina e seu amor pela Academia Celeste me fizeram lembrar de que a quinta estrela dessa farda somos nós, torcedores, o maior patrimônio desse clube há quase 100 anos na Primeira Divisão. Por isso, a partir de hoje, são cinco estrelas, cinco jogos, cinco chances para não mancharmos a história mais linda do futebol.

Não sei de onde virão forças, mas no que depender das minhas e do meu amor incondicional pelo único gigante de Minas Gerais, a quinta e última estrela voltará a brilhar no manto sagrado, vestindo nove milhões de loucos a partir de sábado, na Vila Belmiro.

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)