Jornal Estado de Minas

DA ARQUIBANCADA

Reverenciem, curtam, vibrem, assistam Givanildo

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É preciso falar de Givanildo. A começar por... Givanildo! Perceba a maravilha de se ter, em pleno século 21,  um ídolo chamado Givanildo. Que sorte! Estatisticamente, o mais normal seria o anormal, especialmente os “filhos” de Fulano e Sicrano, claro que americanizados, os conhecidos “sons”. Assim como o filho e os netos do Gilberto Gil, que montaram uma banda e puseram o nome de Os Gilsons.





O goleiro Everson é um dos nossos representantes nessa família que parece dominar o futebol nacional, e cujos parentes estão escalados com Wellerson, Jemerson, Edenilson, Wanderson, Adyson, Wallison (existem pelos menos três Wallisons), Madson, Thalisson, Yeferson, Deivson, Adryelson, Reydson, Janderson, Jefferson, Richardson – e por aí vai nossa capitania hereditária, a provar a beleza de um simples Givanildo.

Simples, mais ou menos. Givanildo, segundo minhas pesquisas, advém da “junção de Gilvan e Nildo”. Fontes obscuras dizem significar “sério”, “honesto no trabalho”, alguém que “busca a perfeição em tudo que faz e se aborrece quando as coisas não saem como queria”. Givanildo se aborreceu com o Cuca quando o treinador passou a deixá-lo no banco de reservas tão logo chegou ao Galo. Titular, é quem mais próximo chegou do insuperável Reinaldo, o nosso Maradona maior do que o Pelé.

Givanildo é de uma desconcertante versatilidade. Pode bater uma falta como Éder Aleixo, pode cavar como o Rei, pode driblar como Ronaldinho. De modo que poderia ser o herói que quisesse, mas seu physique du rôle, o famoso físico de rola, fez com que se tornasse o Hulk.





A referência à montanha de músculos, ao Daronco style, parece diminuí-lo. Prefiro enxergar A Coisa pelo viés do comunismo: diante da injustiça flagrante, Hulk mete a porrada. “Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros” – Ernesto Che Guevara, o comedor de criancinhas.

Hulk é o mais humilde proprietário de avião que conheço – a bem da verdade, não conheço nenhum, meu pessoal é mais proprietário de Fiats Palios, com sorte um ou outro alcançou um Corolla (não que isso não deixe alguns deles preocupadíssimos com a taxação das grandes fortunas). Mas como eu ia dizendo, trata-se do mais humilde de todos os ídolos do futebol mundial, páreo apenas para Lionel Messi, o melhor argentino desde Astor Piazzolla.

Givanildo é um fenômeno dentro e fora de campo. Ídolo por excelência, atleta emestado de arte. Depois de sua atuação contra o Democrata, verdade que um jacaré desdentado, um camarada fez no Twitter o melhor resumo  do que estamos a presenciar: “Reverenciem, curtam, vibrem, assistam”, mandou o Sr. Omar. “Marcama era, marca uma época, marca uma geração.” Já posso ver nas escolas do futuro os Enzos de hoje em dia – tudo Givanildo! Em futuro nem tão longínquo, os Givanildson. Why not?





Na segundona brava pero no mucho, Hulk tem pela frente um Crüzeiro escangalhado. Desde que subiu, só faz descer a ladeira. O que já é motivo suficiente para se acender a luz amarela – não para eles, que isso fodasse, mas para nós mesmos, especialistas larga experiência em ressuscitar defunto. Há de se mirar no exemplo do incrível Givanildo: força bruta, técnica apurada, ousadia, determinação e humildade! Creio ser essa a receita para empurrar o bêbado na descida íngreme.

Reverenciem, curtam, vibrem. O crüzeirense, como é de costume, ficará assistindo.

Eita 10% que vale por 100! Gaaaaaaalooo!