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Vacina no braço, copo na mão? Cuidado!

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Champagne nas vitórias é merecido, nas derrotas é necessário - célebre frase associada a Napoleão Bonaparte. O consumo de álcool está fortemente ligado aos eventos festivos e grandes alegrias. Quem não se lembra das garrafas gigantes nos pódios da Fórmula 1? Os futuros médicos da UFMG, considerada a melhor universidade federal do país, são recebidos na famosa Vinhada, tradicional evento festivo para recepcionar os calouros. O álcool acompanha a sociedade e sua evolução.



As vacinas também são marcos importantes do desenvolvimento da sociedade e, felizmente, já temos o imunizante contra a COVID-19 chegando a mais e mais pessoas. Muitos países estão conseguindo retornar às atividades normais, autorizando aglomerações, comemorações, shows, restaurantes, escolas, viagens e tudo o que a pandemia nos privou. O gosto da liberdade está retornando à boca dos mais organizados e com isso as celebrações regadas a cerveja, vinho, pinga, o queridinho gin, e diversas outras invenções das mentes felizes.

Todos estamos carentes de boas notícias e comemorações, mas não podemos nos esquecer que, ainda que lícita, o álcool é uma droga e seu consumo pode ser prejudicial à saúde. Gostaria de compartilhar com vocês um pequeno detalhe que não pode ser ignorado: o álcool pode influenciar na eficácia da sua vacina. Sim, até nisso a COVID-19 vem nos atrapalhar. Eu acredito que depois de meses e meses (que ainda não acabaram) de perrengues, tristezas e restrições, precisamos realmente comemorar, mas por favor não marque sua resenha na tarde pós vacina.

O álcool pode influenciar na resposta vacinal? A resposta é: depende. Lembra do seu tio ou amigo que sempre fala que bebeu "só um pouquinho"? Assim como tudo na vida, a dose, intensidade e a quantidade influenciam muito. Após o consumo excessivo de álcool, muitas vezes o corpo sente que é necessário se hidratar demasiadamente, usar analgésicos e outros macetes para se recuperar da ressaca. Essa intensidade também pode prejudicar o corpo com sua resposta imunológica.



Em dezembro de 2020 um aviso do governo Russo orientava não misturar álcool com a vacina - naquele caso a Sputnik V desenvolvida no país de Vlad Putin. A agência Reuters anunciou que Anna Popova, do órgão de saúde russo, alertava que é aconselhado abandonar o uso de álcool por dois meses. Alguns russos acharam esse pedido irracional, indagação que não é surpresa para ninguém partindo do país com maior consumo de álcool do mundo. A orientação de abstenção de duas semanas antes da primeira dose e mais 42 dias após também não foi bem aceita pela população.

Alexander Gintsburg, um dos desenvolvedores da vacina russa, anunciou, no mesmo período, em seu Twitter, que uma taça de champanhe não faz mal a ninguém (talvez tenha se lembrado das vitórias em cima de Napoleão, nos tempos de inferno gelado), mas alerta que três dias antes e depois de cada dose é recomendado não consumir álcool. As declarações geraram um grande frisson popular no país, inclusive com algumas ações violentas.

As restrições de venda de bebida alcoólica no Brasil e de abertura de estabelecimentos é com objetivo de evitar as aglomerações e não devido interferência em resposta imunológica, mas essa informação precisa ser repassada.

E aí? Como você define o seu consumo de álcool? Está vacinado? Na área da saúde o grande Alexander Fleming, descobridor do antibiótico penicilina, agraciado com Nobel de medicina, disse que a penicilina cura os homens, mas é o vinho que os torna felizes. Lembrem-se: se beber, beba com moderação e não se esqueçam que aqui no Brasil ainda estamos enfrentando um dos piores momentos da pandemia da COVID-19 e, por isso, todo cuidado é necessário.

Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema? Escreva pra mim: erickson@docside.com.br




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