Os mesmos ouvidos que não toleram mais a palavra “empoderamento” (escrevi, nesta coluna, sobre essa praga linguística) sentem, indubitavelmente, ojeriza ao “boa noite a todos e a todas”. Populistas, expressões desse tipo são um acinte à inteligência do brasileiro. Aliás, o que dizer de “boa noite, brasileiros e brasileiras”?
Primeiramente, deve-se considerar que, na língua portuguesa, o masculino engloba o feminino, ou seja, quando digo “boa noite a todos”, já estou me dirigindo aos homens e às mulheres. Daí, facilmente se percebe a redundância que há nessa expressão.
Em segundo lugar, deve-se salientar o seguinte: não é de hoje que políticos, por meio de uma “linguagem inclusiva”, tentam fascinar o povo. Ou você já se esqueceu da abertura dos discursos de José Sarney? Era um tal de “brasileiros e brasileiras” pra lá e de “brasileiros e brasileiras” pra cá. Uma bobagem inominável.
Diante disso, cabem algumas perguntas: não seria mais fácil priorizar atitudes politicamente corretas em vez de simplesmente impor um tipo de linguagem considerada – por alguns grupos – adequada? Até que ponto o “politicamente correto” é, de fato, correto? E a língua portuguesa, que nada tem a ver com essa confusão toda, realmente precisa pagar o pato? Bem, ficam aqui, brasileiros, as minhas reflexões.
Um forte abraço. A todos.