Jornal Estado de Minas

INFECTOLOGISTA

'Os olhos finados do mundo'; uma análise sobre os sentimentos humanos

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis


A lua iguala os olhares do mundo
Mais ou menos iluminados,
todos os olhos brilham ao voltarem-se para a lua.
Alguns enchem-se de lágrima, outros, são prazer e saudade.



A lua tem água! Descobriram a semana passada!
Talvez sejam dos nossos olhos a fitá-la por milênios.
Querem buscar água na lua!!!

Deviam procurá-la em nossos olhos. Ou nos rios poluídos pela nossa cegueira.

O desafio é furar poços em nossas almas sem dilacerar os sonhos que jorram pelos poros.

Onde fica o infinito?!
Aqui?! Ou lá?!
As nossas entranhas têm a resposta. Estamos lá e cá!

Suicídio é a perda de tempo de não embarcar, por puro medo da viagem.
Medo do desembarque com dignidade. Medo da dor, parte do prazer do degustar a existência até a última gota.

Contraponto do existir com olhos abertos.
Ha!! Entendi, andas à procura de um milagre!! Pois saiba que o milagre é você mirando a lua.



Alguém lhe deu os olhos abertos para ver o infinito. Alguém trocou as tuas fraldas e lhe batizou. És gente, a olhar pra frente
Saiba que anjos cuidaram de você a vida inteira e lhe sepultarão. Com ou sem flores?! Você escolhe.

A luz é você quem acende e apaga, mas enxergar é diferente...
O tempo não lhe pertence, mas está ao seu dispor aqui e agora. Daqui a pouco, não mais...

Olhe e perceba a beleza do infinito!!
Lembre-se,
a luz é você quem acende ...
Aqui e agora, exponho definitivamente as minhas entranhas e vos convido a olhar o infinito e tomar banho de lua...

Preciso da luz, do som, das sombras.
Preciso do dia, das noites, do belo, do feio,
Do amargo, do doce, do sujo, do limpo.




Preciso do que nos cerca,
Escraviza e liberta.
Preciso, mas...
Não ligo se não tiver.

Preciso do amor,
Do tédio, da alegria, do sorriso, do ardor,
Do bálsamo, do abraço, do som, do silêncio,
Do suave, do grito, do sussurro.
Mas...
Não ligo se não tiver.

Preciso do que não preciso.
Do dente, da dentadura, da boca,
Do beijo, do abrigo, do olhar,
Da lágrima, do brilho, do opaco,
Da luz.
Mas...
Não ligo se não tiver.

Preciso do tango, do vício, da virtude,
Do ódio, do perdão, do contrário,
Do reto, do obtuso, do oblíquo,
Do reflexo, do sexo, do espelho,
Mas...
Não ligo se não tiver.

Preciso do ritmo, da dança, do tom,
Do hiato, do sustenido, da mínima,
Da pedra, do fogo, da alma.
Mas...
Não ligo se não tiver.

Preciso da água, da mão, da lucidez,
Da loucura, dos pés, do caminho,
Da estrada, da pegada, do rastro óbvio...
Para voltar a te abraçar.
Isto sim,
Ligo muito, por não mais ter...





audima