(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas PADECENDO

Ser macho é uma coisa. Ser homem é outra, bem diferente

Você não precisa ser agressivo para se impor, nem precisa se vangloriar para que eu te respeite e admire'


postado em 08/03/2020 04:00 / atualizado em 08/03/2020 07:47


Vivo nesta bolha onde quase não me relaciono com homens. Só no meu grupo são mais de 10 mil mães. Nas redes sociais, 90% dos meus seguidores são do sexo feminino. Homens não se interessam por assuntos de família, criação de filhos e afins. Salvo raras exceções, que são exatamente os 10% com quem mantenho contato. Meu marido, meu psiquiatra e meia dúzia de pais engajados.
 
Outro dia, conversei com um cinquentão num almoço. Falamos sobre assuntos de trabalho. Falamos não, ele falou. Durante uma hora ele falou sozinho, contando seus feitos profissionais e como ele é fundamental para a humanidade. Talvez, alguns anos atrás, uns 100 anos ou mais, em outra vida, eu pudesse achar esse papo interessante. Em pleno século 21, ainda há tanto homem hétero agindo dessa forma.
 
Em outra circunstância, um amigo se gabava das menininhas que pegou enquanto ainda era casado: “Elas me mandam nudes até hoje”, ele disse.
 
E quando o homem quer te explicar uma coisa com a certeza de que você não sabe por ser mulher? (mansplaining). E muitas vezes você está farta de saber. Tudo para firmar sua masculinidade.
Tão cheios de si e tão vazios de tudo. Eu entendo que a cultura machista reforça a insensibilidade e a agressividade como condições para ser macho; ser homem é outra coisa.
 
O mundo mudou e nós não temos mais paciência para ser ouvintes passivas. Não queremos mais encarar essa masculinidade frágil. Queremos diálogo e não monólogo. Você não precisa ser agressivo para se impor, nem precisa se vangloriar para que eu te respeite e admire. E não vou te achar menos homem porque você chora.
 
As crianças têm a vida pela frente, que a gente consiga ensiná-las a ser mais humanas. Feminismo e maternidade caminham juntos quando ensinamos aos nossos filhos que, sendo meninos ou meninas, eles têm os mesmos direitos e devem ser tratados da mesma forma, com respeito. Quando ensinamos para eles que eles podem se expressar, que podem sentir e podem chorar.
 
Os meninos precisam aprender a lidar com seus sentimentos e entender que isso é coisa de homem sim. É coisa de gente! E que gente precisa entender o que está sentindo para amadurecer.
 
O homem que vive em seu universo umbigo tem sido um desafio à heterossexualidade de muita mulher. E ainda tem gente que acha que sexualidade é opção.

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)