Jornal Estado de Minas

EM DIA COM A POLÍTICA

Bolsonaro justifica carta pública e recebe elogios de seus auxiliares

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''Alguns querem que eu vá lá e degole todo mundo. Hoje em dia não existe país isolado, todo mundo está integrado ao mundo.” Quem começou assim foi o presidente Jair Messias Bolsonaro, tentando apaziguar um pouco o atual cenário ruim para os seus apoiadores, que, pelo jeito, nada mais têm que fazer. Só que, desta vez, ele manteve o tom nada no seu estilo. “É preciso buscar o entendimento o máximo possível.”





Ecos do discurso: “Gente cozinhando com lenha, fazendo sopa de ossos, procurando emprego há meses, tentando sustentar a família, tentando ter acesso a vacina, sem conseguir. Este é o Brasil real. E o presidente da República faz o quê? Não só deixa de resolver esses problemas como cria outros. Depois, é obrigado a recuar. Ainda bem que recuou! Melhor recuar do que insistir no erro.” Líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ).

Para o líder do PSL, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), no entanto, a oposição tem feito “escarcéu” com os múltiplos pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro. “Ficou claro agora, pela presença de milhões e milhões de brasileiros nas ruas, no 7 de Setembro, quando nós comemoramos 199 anos da nossa Independência, ficou claro que o presidente da República mantém o apoio sólido, o apoio maciço da população brasileira.”

Líder do PDT, o deputado Wolney Queiroz (PDT-PE) afirmou que Bolsonaro divide o Brasil. “É lamentável que, no meio de uma pandemia, enquanto esta Casa tenta cumprir o seu papel, tenta votar matérias, tenta socorrer o país, tenta aprovar coisas importantes para o povo, tenhamos que constantemente estar nos defendendo de ataques autoritários, ataques vis, ataques maldosos, ataques mentirosos às instituições, à democracia e a esta Casa.”





Já o deputado Ivan Valente (Psol-RJ) foi mais chique ao tratar como “a inflexão de Bolsonaro” e deixar claro e evidente que nada tem a ver com a pacificação nacional. Melhor o próprio parlamentar do Psol deixar mais claro. Ele lembrou que a carta de Bolsonaro não foi escrita por ele, mas por Temer. “O fato é que ele pediu desculpas a Alexandre de Moraes porque tem medo da prisão do Carluxo, do Flávio Bolsonaro e de todos os que praticaram rachadinha.” Ainda do Valente. É trocadilho?

Missão cumprida

“Sempre que fui chamado para ajudar o país, busquei o diálogo e coloquei as instituições acima dos homens. A solução para muitos problemas que os brasileiros enfrentam está na pacificação e no entendimento. Torço para que sigamos nesse caminho hoje e sempre.” Quem deixa claro, depois de conseguir apaziguar a ópera bufa bolsonarista, foi o ex-presidente da República Michel Temer (MDB), ao embarcar, ontem, de volta a São Paulo.

Pegou pesado

Um dos apoiadores mais ferrenhos do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) não poupou o chefe. Muito antes pelo contrário, reagiu com veemência. Para lembrar, é que aquele parlamentar encrencado no Supremo Tribunal Federal e que teve os seus sigilos bancários, fiscais e telefônicos derrubados com as devidas atitudes criminosas. “Infelizmente, os conselheiros do presidente o tornaram pequeno. Leão que não ruge vira gatinho. É nisso que estão tentando transformar o grande leão desta República, Jair Messias Bolsonaro.” Já basta, né?

“Toda instituição republicana ou poder só existem para servir ao país. Temos a obrigação neste momento de trabalhar em sintonia para acabar com a pandemia, diminuir o desemprego, solucionar os precatórios, que podem afetar os investimentos públicos”
  • Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, terceirizando as notícias, já que ele é um convicto apoiador do presidente Bolsonaro

Besteirol do dia

“Quero falar com você, bolsonarista de todo o Brasil”, começou. “Tem gente aí falando que a nota do presidente é um recuo, que ela está fugindo do nosso propósito. Que propósito? Dar razão à esquerda? Dar razão aos puxadinhos do PT na mídia brasileira que falava em golpe e atos antidemocráticos?” Quem publica é o @onixlorenzoni, que postou vídeo defendendo o presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido). Já que ele é o ministro do Trabalho e Previdência, vai trabalhar, Lorenzoni, e seja previdente para defender o seu chefe. Pode não dar certo.

Amazônia

O vice-presidente, general de divisão Antônio Hamilton Mourão (PRTB), e chefes de missões diplomáticas de outros países visitaram as cidades de Parauapebas, Altamira, Medicilândia e Belém. Mourão chegou ao Pará quarta-feira e encerrou a missão. O general Mourão mostrou aos convidados, ou, pelo menos tentou, que existe queimada na Amazônia, mas não é em toda a região amazônica.





PINGA FOGO

  • Em tempo, ainda sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Ele disse “esperar que a nota oficial do presidente Bolsonaro seja uma oportunidade de recomeço de conversas para a estabilização da política brasileira”. É um registro de passar recibo ou é fake news.
  • Mais um Em tempo, desta vez do general da reserva Hamilton Mourão: “É para deixar claro que existe queimada na Amazônia, mas não é em toda a região amazônica”. Ele destacou na visita a intenção do governo federal em promover o desenvolvimento sustentável na região.
  • “Nós vamos reescrever retirando o vício de iniciativa e retirando também o incremento que tinha sido colocado de R$ 40 milhões em cestas básicas. Isso não vai constar no projeto porque não teve o acréscimo de dinheiro.”
  • O fato é que o projeto de lei para criar um auxílio emergencial em Belo Horizonte voltou a tramitar na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). De acordo com o líder do governo, vereador Léo Burguês (foto) (PSL), a previsão é de que o substitutivo seja votado na terça-feira. Se é só previsão.
  • O jeito então é esperar para ver o que vai acontecer. Com um cenário político como este nos últimos dias, sempre há um risco de dar confusão. Sendo assim, basta por hoje.

audima