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Estado de Minas BAPTISTA CHAGAS DE ALMEIDA

Amazônia monopoliza no ambiente conturbado

Já que teve Presidência da República, vale dar uma passada na Ilha de Marajó. Foi lá que Bolsonaro alertou que 'não será para sempre o auxílio emergencial'


10/10/2020 04:00 - atualizado 10/10/2020 08:09

 
 
 
Aos 26 anos e com três anos de formado na UFMG, em outubro de 2017, Daniel César Azeredo Avelino chegava a Belém. Já era procurador do Ministério Público Federal (MPF) e trazia como experiência uma passagem de um ano por Brasília e outra de seis meses por Santarém, no Pará. A equipe da procuradoria de Belém tinha nove membros, distribuídos nos “ofícios” — segmentação por tema dos processos destinados a cada procurador. 

Azeredo escolheu o ofício do meio ambiente, ou seja, assuntos referentes ao tema ficariam sob seus cuidados. Da temporada em Santarém, concluiu que a “questão criminal, corrupção em órgãos públicos, tudo na Amazônia acaba ligado ao meio ambiente”. E o pior problema era o desmatamento. 
 
Feitos esses registros, melhor trazer a notícia atual. “A Amazônia funciona como uma espécie de bolsa de valores. Se o governo sinaliza que é contra uma postura mais forte de fisca- lização, critica os órgãos ambientais, não nomeia pessoas técnicas para cargos de chefia, isso passa uma mensagem muito forte para a região”, alertou Daniel Azeredo, do Ministério Público Federal (MPF). 

Na entrevista ontem, à BBC News Brasil, ele alertou que os crimes ambientais aumentam logo em seguida, “quase que imediatamente”. Para deixar claro, o procurador Azeredo, que integra a Força-Tarefa Amazônia, é um dos idealizadores do projeto Amazônia Protege, que utiliza imagens de satélites para processar suspeitos de desmatamento na região. 

Ele faz parte do grupo de 12 procuradores do MPF que pediram o afastamento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por improbidade administrativa. Sobre o ministro, vale o registro de que ele não teve dificuldade para passar uma megaboiada em reunião do Conselho Nacional de Meio Ambiente, no fim de setembro. Daí o pedido para afastá-lo. Se o go- verno federal se alinhou à bancada ruralista, nada mais é necessário ressaltar. 

Só que tem o fato do dia de ontem, que veio do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que aco- lheu o parecer do procurador-geral da República, Augusto Aras, e determinou o arquivamento de notícia-crime apresentada contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, aquele que gosta de passar a boiada, para que fique bem claro. Quem indicou Moraes? Resposta rápida: o ex-presidente Michel Temer (MDB). 

Já que teve Presidência da República, vale atualizar e dar uma passada na Ilha de Marajó. Foi lá que Jair Bolsonaro alertou que “não será para sempre”. O aviso é sobre o auxílio emergencial: “Caro demais para a União”. 

  
Um registro 

 
É necessário e trata da agenda presidencial de Bolsonaro ontem. O Marajó é o maior arquipélago fluvial e marítimo do planeta, formado por 2,5 mil ilhas e ilhotas. Lá se concentram o maior rebanho de búfalos do país e a maior produção de açaí do mundo. Apesar disso, oito dos seus municípios estão na lista daqueles com pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Para registro, fica de frente para Belém. A ilha de Marajó está rodeada pelos rios Amazonas e Tocantins e pelo oceano Atlântico. É a maior ilha fluvial e marinha, ou seja, fica entre o rio e o mar simultaneamente. 
 
 
 
Agora, a vez 

Do fato político: é que o presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) lançou ontem o plano de ação do programa que denominou como Abrace o Marajó. E não foi só isso. Acompanhado do presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães, na ilha de Marajó, foi conhecer o funcionamento da agência-barco da Caixa, que estava atracada no porto de Breves (PA). Ela é responsável por atender às comunidades ribeirinhas. Faz parte, afinal, a Caixa tem como política ser um banco público, e precisa ficar em sintonia com as orientações do governo federal. Nem precisa explicar. 
 
 
 
Faz sentido 
 
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, indeferiu pedido de suspensão contra decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJ-MG) que condenou o município de Belo Horizonte a fornecer medicamentos a particulares. Ao se limitar à verificação da existência de risco de grave lesão ao interesse público, além de um juízo mínimo e plausível do argumento jurídico invocado. Lembrou ainda que não cabe manifestação quanto ao mérito discutido no processo originário. Luiz Fux apontou “que o custo dos medicamentos 
é modesto frente aos orçamentos de municípios de grande e médio porte, como 
a capital mineira”. 
 
 
 
 
É um crime 
 
(foto: Nelson Almeida/AFP %u2013 1/7/20 )
(foto: Nelson Almeida/AFP %u2013 1/7/20 )
Trata-se da portaria baixada pelo governo federal que amplia o limite de compra de munição para quem tem arma de fogo registrada. É o que alega o Ministério da Defesa, acrescentando não ferir o direito à segurança e nem dificultar o controle e fiscalização da compra de munição. Em números: o limite de compra de munição passou de 200 por ano para 550 ao mês. Para registro, a nota técnica elaborada com o apoio de advogados da União foi chancelada pelo ministro da Defesa, o general de Exército Fernando Azevedo e Silva (foto). Como se diz, atualizando diante de tudo isso, mais armas sem limites, mais mortes. 

 
 
Só rezando 
 
“Esse desastre, neste ano de muita seca, se compara ao que vivemos há mais de 40 anos e parece estar se repetindo. A gente precisa é achar e atacar as causas, para resolver todos os problemas. Tenho medo de criar muitas medidas, num momento difícil como este, porque o fundamental é termos ações preventivas e de combate ao fogo que ainda funcionem daqui a quatro anos, por exemplo” (ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que já liderou a bancada ruralista). “Estou otimista com a previsão de chuva para os próximos dias sobre a região”, acrescentou. Será que combinou com São Pedro? 

 
 
 
PINGA-FOGO 
 
» Em tempo, sobre a nota Faz sentido: o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, lembrou ainda que para análise do incidente de contracautela não cabe manifestação quanto ao mérito discutido no processo originário. 

» Mais um, sobre a nota Só rezando: “A gente precisa de um grande projeto de desenvolvimento. Em Corumbá, entregamos ao ministro Salles o projeto BID Pantanal, infelizmente abandonado pelos governos passados”. A frase é do senador Wellington Fagundes (PL-MT). 

» Antes de mais nada, o registro: a jogadora Carol Solberg (foto), do vôlei de praia, será julgada por ter gritado “fora, Bolsonaro” durante uma entrevista ao vivo, na cerimônia de premiação do Circuito Brasileiro, no mês passado. 
(foto: CBV/Divulgação )
(foto: CBV/Divulgação )
 

» O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei remarcou o julgamento de Carol Solberg para terça-feira, às 13H. A jogadora de vôlei de praia será julgada por, em entrevista ao vivo, na cerimônia de premiação do Circuito Brasileiro, ter atacado o presidente. 

» Diante disso, melhor sacar logo um jeito de encerrar por hoje. Afinal, o fim de semana chegou, mas amanhã tem mais. 

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