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Irritado com Supremo, Bolsonaro vê sua rejeição crescer em pesquisa

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“Acabou, porra! Me desculpem o desabafo. Acabou! Não dá para admitir mais atitudes de certas pessoas individuais, tomando de forma quase que pessoal, certas ações.” A declaração é do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que voltou a condenar o inquérito das fake News. “As coisas têm um limite.” Como é? Será o limite da pesquisa?

A reprovação de 43% dos entrevistados bateu recorde desde o início do mandato de Bolsonaro, de acordo com os levantamentos do Instituto Datafolha feitos desde o início do mandato presidencial de Jair Messias Bolsonaro. E teve declaração dele com direito até a palavrão? Aliás, tirem as crianças da sala. É mau exemplo este tipo de palavreado.



“O governo quer apenas se defender, ninguém deseja o conflito, mas os ministros Alexandre de Moraes e Celso de Mello estão esgarçando a corda. A gente não vai entregar de mão beijada o poder para essa oposição que não tem apego à democracia. O jogo do poder é cruel, as pessoas fazem o diabo para chegar ao poder, nas palavras de Dilma Rousseff, só a gente sabe o que está vivendo aqui”, registrou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em entrevista.

Quem usou a palavra bem direitinho foi o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, ao ser questionado sobre o atual cenário nacional. “O Supremo está atuando e seguindo a sua ciência e consciência. Tem que respeitar. O inconformismo quanto à decisão judicial gera impugnação ao recurso. E evidentemente não há recurso por palavras em público.”

Outro registro é bastante pertinente. “Houve um aumento da frequência de uso do Holocausto no discurso público, que de forma não intencional banaliza sua memória e também a tragédia do povo judeu, que terminou com o extermínio de um terço do nosso povo por ódio e ignorância dos nazistas e seus colaboradores.”



Começa assim a nota da embaixada de Israel no Brasil. E acrescenta: “Em nome da amizade forte entre nossos países, que cresce cada vez mais há 72 anos, requisitamos que a questão do Holocausto como também o povo judeu ou judaísmo fiquem à margem do diálogo político cotidiano e as disputas entre os lados no jogo ideológico”. Bastaria, mas tem mais.

“O Holocausto é algo que não desejamos a nenhuma nação, e enfatizamos que isso não seja usado cotidianamente, mesmo em casos que sejam considerados extremos. Nada é tão extremo como o Holocausto.” Sendo assim, em nome da amizade com todos os povos, basta por hoje. O alvo é o ministro Weintraub.

Falta dinheiro

Isso mesmo. Calma, gente! Não se trata de falta de recursos. É dinheiro vivo mesmo, faltam cédulas, o tal papel-moeda para colocar no bolso na hora de sair de casa. Melhor deixar o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha, explicar: “Faz sentido a percepção de que isso é o aumento na demanda por papel-moeda, fruto de um aumento nas operações em espécie. O principal elemento que a gente tem são os auxílios emergenciais, uma das razões certamente pelo aumento do papel-moeda em poder do público”.



A escadinha

Trata-se de um benefício financeiro concedido pelo governo federal destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados. E quem defendeu que é necessário manter foi o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM–RJ): “Eu acho que seria muito ruim no quarto ou no quinto mês qualquer mudança no valor de R$ 600, mas compreendo a preocupação do governo”. Para ficar claro, ele ressaltou buscar “soluções para que, pelo menos no curto prazo,  a gente possa manter o valor e depois fazer uma escadinha reduzindo esse valor”.

Remotamente

O Colégio de Lideres da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou ontem o Projeto de Lei 1.702/20, do deputado João Leite (PSDB), com aval de 64 parlamentares que votaram favoravelmente de forma remota. O projeto, segundo João Leite, institui procedimentos para dar a devida assistência domiciliar interdisciplinar para o idoso, diante da pandemia da COVID–19. Para que fique claro, o estado ou municípios passarão a ter direito de firmar convênio ou outros instrumentos correlatos para proteger a saúde dos idosos. “São pessoas que construíram nosso país, nosso estado e que merecem muito respeito.”

Insistência

Ele não desiste, muito antes pelo contrário, insiste. Trata-se do procurador-geral da República, Augusto Aras, avisando que não mudou o seu posicionamento sobre a constitucionalidade do inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a divulgação de notícias falsas e ameaças contra os ministros da corte. A novela, que vem desde a então procuradora Raquel Dodge (foto), continua. E pelo andar da carruagem ainda terá novos instigantes capítulos. O jeito é esperar como ficará este enredo. Pelo jeito, ainda vai demorar.



Por fim…

… tem uma notícia literalmente cinematográfica. É isso mesmo. O Senado aprovou, de forma remota como já virou praxe, a Medida Provisória 917-19, que concede mais um ano para que as salas de cinema tenham condições adequadas de se adaptar para que as pessoas com deficiência física possam frequentá-las. O placar também foi bem dilatado, como não poderia deixar de ser, diante de seu conteúdo. Foram 76 votos a zero pelo adiamento. Ou seja, apenas cinco senadores não votaram. A matéria agora vai à promulgação.

PINGA FOGO

  • Um em tempo cinematográfico. A relatora da medida provisória (MP), senadora Soraya Thronicke (PSL-MS), rejeitou todas as emendas apresentadas ao texto. A maioria das sugestões foram consideradas estranhas à matéria.
  • Quais? Ela detalhou: a MP é meritória ao reforçar e assegurar o exercício dos direitos culturais das pessoas com deficiência. No caso específico, garante-se a acessibilidade cultural das pessoas com deficiência nas salas de cinema em todo o território nacional.
  • A vice-campeã deputada e professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) ressaltou que “estamos em segundo lugar na América Latina, com a menor representação parlamentar de mulheres”.
  • Dorinha acrescentou que as mulheres ocupam apenas 15% dos cargos dos deputados federais e dos senadores. E citou que o país tem atualmente apenas uma governadora e duas ministras no governo federal: Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Tereza Cristina (Agricultura).
  • Já que agora tem até cartilha para ajudar candidaturas femininas, o que precisa mesmo, é melhor ficar por aqui por hoje. E torcer por elas no futuro.