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Ela é delegada, mas advoga em defesa dos professores no isolamento

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A falta do plural não esconde a guerra política envolvendo a insistência do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido). Ele continua repetindo a cantilena diária. A de ontem foi: “O desemprego, a fome e a miséria será o futuro daqueles que apoiam a tirania do isolamento total”. Quase ninguém prestou atenção à sua postagem no Twitter.


 
O que viralizou mesmo foi o erro de concordância. Melhor deixar para lá… Afinal, a fome e a miséria falam por si. O desemprego é a cantilena de sempre. Acabar com a quarentena e abrir a economia que vários prefeitos e governadores rejeitam. É essa a insistência.
 
Para ser justo, o presidente é trabalhador, até no fim de semana teve despachos no Palácio da Alvorada. Foi lá que ele se reuniu ontem de manhã com o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira. Deve ter servido pelo menos um café, quem sabe até um pão de queijo mineiro né?
 
Falar em Minas, há uma estranha notícia relatada pela deputada estadual Delegada Sheila (PSL). No início, ela destacou que o isolamento social pode ter contribuído para essa queda. Uai, se houve queda, por que então ela está preocupada?
 
Melhor a própria deputada explicar: “Tendo que ficar presas dentro de suas residências, as crianças ficam, muitas vezes, impedidas de relatar possíveis violações que, em sua maioria, ocorrem dentro dos próprios lares”.
 
A Delegada Sheila ainda acrescentou que “os professores têm um papel fundamental para identificar os sinais e, com aulas remotas, isso fica comprometido”. Bem, disso ela deve tratar na Semana de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que começa amanhã, na Assembleia Legislativa (ALMG).


 
Abusado, no bom sentido, no entanto, foi o líder do Democratas, Efraim Filho (DEM-PB), em referência ao ministro Nelson Teich, que foi ministro e saiu precocemente. “A impressão que fica é de que ele nunca assumiu realmente as suas funções.”
E Efraim ainda acrescentou, sem dó nem piedade: “Desde a saída do ex-ministro Mandetta, o Ministério da Saúde teve praticamente um mês perdido. No momento mais crítico da pandemia, deixou a população desorientada…” Teve mais ataques, mas já bastam esses registros.
 
Afinal, tem mais um general na parada. Eduardo Pazuello é militar, e já vinha atuando como secretário-executivo, leia-se o vice-ministro, do Ministério da Saúde. Oficialmente, ele assumiu interinamente, mas tem tudo para continuar no cargo, ser efetivado.


 
É quase certo que é isso vai acontecer. Basta esperar pelo Diário Oficial da União (DOU) nesta semana para ver se vira fato consumado. A caneta presidencial já deve estar cheia de tinta para tentar encerrar a novela que não tem sido nada saudável para Bolsonaro.
 
Ficamos então à espera. Bom domingo a todos.

Racha mineiro

Integrantes da bancada mineira não se entendem diante do auxílio emergencial, aquele que chega no total de nada mais, nada menos que R$ 150 bilhões. Quem relata é o deputado federal Mário Henringer (PDT-MG), diante da postura adotada por seu colega Júlio Delgado (PSB-MG), que está usando a parte que lhe cabe para fazer campanha com conotação eleitoral em suas bases, por meio de “videozinhos nas cidadezinhas mineiras”. “Nada saudável uma postura dessa”, destaca o pedetista Heringer.

Pegou mal

Capas de jornais repercutem a crise no Ministério da Saúde com a saída do ministro Nelson Teich: “Sem rumo”, “desgovernado”, “a ciência faz mal à saúde” são algumas das expressões estampadas nas capas dos principais impressos do país de ontem. Tudo por causa de Nelson Teich e sua demissão, a pedido, do cargo de ministro da Saúde na sexta-feira. Divergências com o governo sobre a aplicação de cloroquina no tratamento contra a COVID–19 foram o motivo. Teich sucedeu a Henrique Mandetta (o ministro mais bem avaliado do governo) e foi o segundo a deixar o comando do ministério durante a pandemia.



Pausa política

Já que falamos no PDT, vale um registro, só que ele vem é do ex-ministro, ex-governador do Ceará e ex-prefeito de Fortaleza Ciro Gomes (foto). É que ele decidiu dar uma pausa, depois de ter rodado em vários estados e de desancar com força o governo do presidente Jair Bolsonaro, como não poderia deixar de ser. O detalhe é que seus colegas pedetistas conseguiram convencê-lo a tirar uma folga. Isso mesmo, ele tomou vacina para ficar calmo, bem calminho mesmo, pelo menos por enquanto. Se ele vai conseguir manter a pausa política é melhor esperar para ver.

A lista

Esperidião Amin (PP-SC), Chico Rodrigues (DEM-RR), Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e por aí vai. O fato é que a oposição está unida e pretende derrubar os vetos feitos pelo presidente Jair Bo olsolnaro (sem partido) a projeto que ampliava auxílio emergencial. O fato é que o vice-líder do governo, senador Chico Rodrigues (DEM-RR), argumenta que não tem dinheiro para a ampliação do benefício, já pago a mais de 5 milhões de pessoas.

Coronavírus

E em cargo importante, nada menos que na Vice-Presidência da República Federativa do Brasil. Isso mesmo, é o general Hamilton Mourão (PRTB). Ele e sua esposa, Paula Mourão, que também foi submetida ao exame, decidiram permanecer no Palácio do Jaburu, que é a residência oficial da Vice-Presidência, em Brasília. E teve aviso oficial informando que ele não cumprirá expediente amanhã. Vai aguardar os resultados dos testes antes de voltar ao trabalho.



pingafogo


• Em tempo: o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP, foto) considerou como “covardes” os vetos de Bolsonaro ao pagamento de R$ 600 para mais de 70 categorias profissionais. O outro autor da proposta, senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), avisou que os vetos devem ser derrubados.

• O líder do PSD, senador Otto Alencar (BA), direcionou ácidas, ferozes mesmo, críticas ao presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de “psicótico”. Para o senador, as trocas de ministros acontecem porque o chefe do Executivo “não respeita ninguém”.

• Para que fique claro: “Precisamos urgentemente de um bom psiquiatra para equilibrar o Bolsonaro. O Brasil não merecia isso. Ele não vai mudar. Ele quer enquadrar os protocolos da saúde à caserna, a saúde vai ter que ser enquadrada ao quartel”. Pegou pesado mesmo Otto Alencar.

• Melhor compensar para o governo um pouco e dar um registro: o governo federal começa a pagar, amanhã, a segunda parcela do auxílio emergencial. O calendário está dividido conforme as datas habituais de pagamento para quem integra o Programa Bolsa-Família.

• Diante disso, já que a conta é bilionária, o melhor a fazer é encerrar por hoje. Quem sabe a semana traga notícias melhores. Pelo menos, vale a torcida para seja assim. Aproveite o máximo que puder hoje com a família.