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Estado de Minas EM DIA COM A POLíTICA

O dia da fake news na política nacional

Vale lembrar Ulysses Guimarães: ''povo sabe que Diretas Já não são solução para tudo, mas que, sem elas, não há solução para nada''


postado em 01/04/2020 00:15 / atualizado em 01/04/2020 07:47

O vice-presidente Hamilton Mourão celebrou a intervenção militar no país em 1964(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press %u2013 9/5/19 )
O vice-presidente Hamilton Mourão celebrou a intervenção militar no país em 1964 (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press %u2013 9/5/19 )


Bem que poderiam ser falsas, mas a realidade fala mais alto. Afinal, o dia começou com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, exaltando a ditadura militar depois do golpe de 1964. “Há 56 anos, as FA intervieram na política nacional para enfrentar a desordem, subversão e corrupção que abalavam as instituições e assustavam a população”.

Bastaria, mas tem mais do general Mourão: “Com a eleição do general Castello Branco, iniciaram-se as reformas que desenvolveram o Brasil.  #31deMarçopertenceàHistória”. Ainda bem que Mourão acabou falando sozinho, já que teve mais sensatez.

“As Forças Armadas acompanharam essas mudanças. A Marinha, o Exército e a Aeronáutica, como instituições nacionais permanentes e regulares, continuam a cumprir sua missão constitucional e estão submetidas ao regramento democrático com o propósito de manter a paz e a estabilidade”.

Eles acrescentam que o fato de mudar tornou-se mais complexo, mais diversificado e com outros desafios. Tudo isso para o bem. “As instituições foram regeneradas e fortalecidas e assim estabeleceram limites apropriados à prática da democracia.”

Assinam: Fernando Azevedo e Silva – ministro da Defesa, Ilques Barbosa Junior – comandante da Marinha, Edson Leal Pujol – comandante do Exército, e Antônio Bermudez – comandante da Aeronáutica. E tem o grand finale: “Hoje, os brasileiros vivem o pleno exercício da liberdade e podem continuar a fazer suas escolhas. As Forças Armadas acompanharam essas mudanças”.

Um contraponto, no entanto, vai em direção contrário e deixa claro um temor.  “Nossa jovem democracia, que os tempos atuais têm mostrado ainda frágil, não pode esquecer nem admitir que se reescreva a história.” Começa assim o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.

Só que ele faz uma pertinente ressalva. “Hoje é dia de lembrar Ulysses Guimarães: ‘Traidor da Constituição é traidor da pátria. (...) Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo'”. Então, é melhor também lembrar o Senhor das Diretas: “O povo sabe que dretas já não são solução para tudo, mas que, sem elas, não há solução para nada”.

Por fim, só resta encerrar alertando sobre o título que trata das fake news. A Comissão Nacional da Verdade (CNV), criada por lei e que funcionou entre 2012 e 2014,  conseguiu registrar oficialmente nada menos que houve 434 mortes e desaparecimentos confirmados. Provavelmente, teve mais, muito mais. De falsa nada tem a ditadura. Comemorá-la então, nem se fala.
 

"Foi dado um passo importante pelos partidos de oposição porque, além da pandemia, temos um problema grave no Brasil hoje, que é o comportamento do Bolsonaro. Ele é o epicentro da crise que vivemos"

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em apoio às iniciativas dos ex-presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (Psol). Ele ressalta que o importante agora é afastar Bolsonaro. Divergências com Ciro, por exemplo, deixa para lá. Lula deu entrevista ao jornalista Ricardo Kotscho


  

Mais um recorde

Em 68 minutos, a alfândega do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), desembaraçou o primeiro lote de testes importados da China. Até o fim de abril, 5 milhões de kits devem chegar por Cumbica. É claro que se trata de kits de testes de detecção rápida para a COVID-19. O desembaraço corresponde à liberação da entrada de mercadorias no país após a comprovação da regularidade da carga. A liberação acelerada envolveu articulação entre a Receita Federal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde, e a concessionária GruAirport de Cumbica.
 
(foto: MArcos Oliveira/Agência senado)
(foto: MArcos Oliveira/Agência senado)
 

Chumbo trocado

Ao compartilhar a mensagem do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) e endossar suas palavras, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) parabenizou os militares por ações passadas e atuais. “Parabéns aos militares de ontem e de hoje. Muito obrigado por tudo que fizeram e continuam fazendo pelo nosso Brasil!” Só que teve troco, que veio do senador Rogério Carvalho (PT-SE): “O golpe militar de 31 de março de 64 levou o Brasil a um atraso de 21 anos em sua história. Nem mesmo crianças foram poupadas. Defender esse regime nefasto é atentar contra a memória, verdade e justiça de todos nós, o povo brasileiro”.
 

Banco aberto

Para que a ajuda de R$ 600 aprovada no Congresso Nacional esta semana chegue efetivamente aos trabalhadores informais, autônomos e de baixa renda, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) defende que os recursos possam ser pagos também pela rede de bancos privados. “Somos um país continental. É preciso que as agências de todos os bancos do país se somem às instituições públicas para fazer com que esses recursos cheguem mais rápido a quem precisa. Só os bancos públicos não darão conta do desafio.” Aécio defendeu ainda que centros de Referência em Assistência Social permaneçam abertos, inclusive nos fins de semana, para atender os que não têm cadastro no governo.
 

Telemedicina

É notícia quentinha. Foi aprovado ontem no Senado o projeto que trata do “exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e ainda a promoção de saúde”. A proposta já tinha sido votada e, óbvio, aprovada, na Câmara dos Deputados. Agora só falta a devida sanção do presidente Jair Bolsonaro, se ele conseguir ter tempo de deixar as polêmicas que cria a cada dia, às vezes, a cada hora. 
 

PINGA FOGO

 
Em tempo, sobre a nota Banco aberto: sobre a proposta do deputado federal Aécio Neves, ele defende que o pagamento seja escalonado, de forma a evitar aglomerações nos bancos com a separação de dias da semana por idade para fazer saques.

O principal índice da Bovespa recuou ontem e encerrou março com o pior desempenho mensal em mais de 20 anos. A última sessão do mês foi marcada por mais incertezas em razão dos efeitos da pandemia da COVID–19 na economia.

A emergência vem do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No meio do caminho os R$ 600 para os trabalhadores informais, que estão previsto para daqui a 15 dias. Só que o governo prevê a liberação para 16 de março.

 

(foto: Isac Nóbrega/PR)
(foto: Isac Nóbrega/PR)

 

Não dá para saber se é picuinha, o fato é que o governo pretendia um valor de R$ 200, mas o Congresso aumentou. E o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (foto) (DEM–RS), ainda ressalta que “é muito provavelmente”.

 

Já que ainda é provável, o jeito é esperar sentado e encerrar a coluna por hoje. Quem sabe hoje o cenário político possa trazer alguma luz nas notícias. Um bom dia a todos. Ah! E sem fake news no Dia da Mentira.

 

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