Jornal Estado de Minas

em dia com a política

A polêmica entre Bolsonaro e a ativista sueca

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis

A resposta demorou, mas veio com força. “A Greta já falou que os índios morreram porque estavam defendendo a Amazônia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí, pirralha” – Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, no último sábado.



“Indígenas estão sendo mortos por tentar proteger a floresta do desmatamento ilegal. De novo e de novo. É uma vergonha que o mundo permaneça calado sobre isso” – Greta Thunberg, ativista, no último sábado.

A notícia nova é que a defensora sueca do meio ambiente Greta Thunberg mudou na manhã de ontem, terça-feira, a sua descrição biográfica, que era @GretaThumberg, no Twitter para “Pirralha”, depois que Bolsonaro fez o ataque de sábado. Para um único dos vários registros sobre pirralha, a palavra, formalmente, significa pessoa de pequena altura. Informal ou popularmente dizendo: ela se refere a uma criança insuportável.

É, pelo jeito, o presidente da República atirou no que não viu e causou um verdadeiro tiroteio político internacional. Para encerrar este assunto, o Diário Oficial da União (DOU) de ontem traz portaria do Ministério da Justiça que autoriza o emprego da Força Nacional de Segurança Pública em apoio à Funai na terra indígena.



Vale ressaltar só mais um detalhe: a ativista ambiental Greta Thunberg reagiu da mesma forma com os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin. É capaz de Bolsonaro gostar de ficar nas notícias sobre meio ambiente com os dois maiores comandantes de países líderes no armamentismo.

Só que precisa mais um, já que sobrou para o porta-voz da República, o general Otávio Rêgo Barros, tentar consertar, fugindo ao seu estilo: “Sob o ponto de vista gramatical, o presidente não foi inadequado ou descortês com Greta”.

Só que não é bem assim a fala de Bolsonaro e a emenda ficou ainda pior com o porta-voz da República: “Onde que o presidente foi inadequado ou descortês com Greta?” ,perguntou, só que acrescentou ainda que “ela é uma pirralha: é uma pessoa de pequena estatura e é uma criança”.



Melhor então fazer como o presidente, já que ele fez um “ajuste de agenda” e cancelou a sua viagem a Salvador para inaugurar parte das obras de reforma do aeroporto de lá. A previsão da nova incluía Palmas, no Tocantins, para encontro com prefeitos, vereadores e senadores do estado. Como a sua presença por lá já tinha sido agendada em outras duas vezes, melhor nem esperar e alçar voo por hoje.

Os holofotes

Foi aprovada ontem na Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa (ALMG) a manifestação de repúdio às procuradoras do Ministério Público de Contas de Minas Gerais, Marília Borges e Sara Duarte por terem pedido cautelar para suspender a antecipação dos recebíveis do nióbio, para a quitação do 13º salário e do pagamento dos servidores do estado. Presidente da comissão, Sargento Rodrigues (PTB) alegou ser uma “atitude mais interessada em ganhar holofotes por vaidade pessoal do que realmente proteger os interesses do estado”. Ressaltou ainda que: “as procuradoras, já receberam religiosamente em dia os salários de dezembro e auxílios–moradia.

O egoísmo

Já o parlamentar João Leite lembrou que, ao longo desse processo, foi constatado que o governo do estado buscou a solução mais viável e factível no atual momento e ela foi referendada, em diversas contribuições dos deputados no aprimoramento do Projeto de Lei 1.205/2019. “A atitude egoística e irresponsável das procuradoras está muito longe da realidade vivida pelo mais de 600 mil servidores públicos e vai na contramão do interesse público”, ressaltou o tucano. Detalhe: como não poderia deixar de ser, enviaram moção de repúdio para o governador Romeu Zema (Novo).




R$ 21 bilhões

O Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) arrecada, por ano, R$ 1 bilhão e tem nada menos que R$ 21,8 bilhões acumulados, isso mesmo, mas, na prática, nunca foi usado para investimentos no setor de telecomunicações. É isso mesmo, já que atualmente a lei permite a aplicação dos recursos apenas para a expansão da telefonia fixa. Na era da internet e dos celulares já eram para ter sido aplicados para ampliar a banda larga em escolas públicas, né não? Os deputados aprovaram um substitutivo para corrigir, só que terá que voltar ao Senado.


Fica calado

Com um placar de 10 a 1, melhor assim. O fato é que, finalmente, o deputado Boca Aberta (Pros-PR) teve o seu mandato na Câmara Federal suspenso por seis meses. Tudo porque ele provocou um tumulto, que constrangeu médicos, outros profissionais da saúde e ainda os guardas municipais que estavam no local. Para piorar, fez exposição indevida em suas redes sociais, por causa de ter fotografado um médico dormindo durante o plantão. Um único médico, que estava no plantão. Forçou a barra mesmo.


Ressocializar

Entusiasta da metodologia adotada pela Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Agostinho Patrus, participou, ontem, da inauguração da primeira unidade feminina da instituição em Belo Horizonte. Ele é autor do projeto que deu origem à Lei 22.864/2008 – que obriga o estado a investir nas unidades de ressocialização geridas por entidades civis, como as Apacs, pelo menos 20% do orçamento destinado à ampliação do sistema prisional. Agostinho Patrus foi enfático: “investir nas Apacs é investir no ser humano”.



Pinga-fogo

Em tempo: Agostinho Patrus citou, ainda, o baixo índice de reincidência dos egressos das Apacs. “Enquanto no sistema tradicional 85% dos detentos voltam ao crime, nas Apacs o percentual é de 15%”. A nova unidade feminina da Apac vai abrigar 142 recuperandas.

A propósito, também estiveram presentes o presidente do TJMG, Nelson Missias; a ministra do Supremo, Cármen Lúcia; o vice-governador Paulo Brant; o prefeito da capital, Alexandre Kalil; o procurador-geral de Justiça, Antônio Sérgio Tonet; e o defensor público-geral, Gério Patrocínio.

Mais um, só que do Boca aberto: para piorar, o deputado Boca Aberta (Pros-PR) cometeu ainda abuso de poder, ao tentar dificultar o andamento do processo contra ele. Detalhe: o relatório inicial propunha a perda de mandato. Livraram ele na prática.

Por fim: só rezando mesmo. O Senado entregará hoje a Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara a seis pessoas e uma entidade diante de suas contribuições relevantes à defesa dos direitos humanos no Brasil.

Diante de tudo isso, o melhor a fazer é encerrar por hoje. A correria para limpar as pautas do Congresso mostra que os políticos já estão se preparando mesmo é pata começar o recesso parlamentar o quanto antes.