Jornal Estado de Minas

em dia com a política

O dia não foi bom para muitos, do general ao presidente

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis


O general do Exército João Carlos Jesus Corrêa disse que vai adotar medidas corretivas no órgão responsável por executar a reforma agrária e o ordenamento fundiário nacional, mas sem “atropelo ou estresse institucional”. “Se a gente tiver de tirar dali uma gema que está estragada, se for de forma precipitada, vai quebrar o ovo.”

Tem mais: “Minha maneira de proceder durante toda a vida profissional foi a de conduzir os processos com harmonia. Aquilo que tem de ser feito, eu sempre procurei fazer e não gosto de ficar fazendo estardalhaço, alardeando. Sempre comandei e conduzi meu trabalho evitando a personalização das realizações”. Tem que manter isso, viu?

A frase já antiga é do general do Exército João Carlos Jesus Corrêa. A notícia nova é a que deu no Diário Oficial da União (DOU) de ontem a exoneração dele pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) da presidência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Só que não deu para manter isso, viu?

Nem rezando. No lugar do general João Carlos Jesus foi nomeado para o cargo o economista e pecuarista Geraldo José da Câmara Ferreira de Melo Filho.
O detalhe que interessa é o fato de ele ser sócio de fazenda e ex-assessor de Onyx Lorenzoni. Aí, o presidente Bolsonaro manteve isso, viu?

Só que o dia não foi bom para o presidente da República. Pelo menos na Câmara dos Deputados. Depois de tudo conferido, o líder do PSL continua sendo o Delegado Waldir (GO). Ele venceu o deputado Eduardo Bolsonaro (SP). Melhor nem entrar na confusão de votos a mais que teve ou não teve. Deixe pra lá.
Os pesselistas que se entendam.

Só que o troco do presidente mudou a frase e “não manteve isso, viu?”. Em retaliação, ele tirou a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) do posto de líder do Governo no Congresso. É prerrogativa dele e, óbvio, que por causa do apoio que ela deu ao Delegado Waldir (GO).

Se tinha um áudio no meio do caminho, em que o próprio presidente pediu aos parlamentares da sigla que assinassem a lista para destituir o deputado e apoiassem o nome do seu filho, Eduardo, passou recibo Jair Bolsonaro. O que prevaleceu foi que os pesselistas optaram por “não manter isso, viu?”.

Por fim, tem Floripa no meio do caminho e suas belas praias. Mas, acompanhado do general Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Casa Civil, e do ministro de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o presidente Jair Bolsonaro participou de aula de curso de formação da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Detalhe: ele aproveitou para inaugurar um estande de tiros, isso ele teve que manter.


Manter isso

Para registro, é a famosa frase do então presidente Michel Temer (MDB): “Tem que manter isso, viu?”. E traz protagonistas coadjuvantes como o empresário Joesley Batista, o operador financeiro Lúcio Funaro e até o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, encrencado na Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF) e que continua preso no Rio de Janeiro. “O diálogo quase monossilábico entre ambos evidencia, quando muito, bravata do então presidente da República”, a frase é do juiz Marcos Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal Criminal de Brasília ao desqualificar a frase, diante da denúncia do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Dignidade

Esse foi o termo mais usado pelos deputados que estavam em plenário da Assembleia Legislativa, na tarde de ontem, na reunião ordinária, para parabenizar a atitude do parlamentar Cleitinho Azevedo (PPS), que se apresentou ao trabalho devidamente vestido com paletó e gravata, como manda o regimento interno da Casa.
Pediu questão de ordem e subiu à tribuna para pedir desculpas pelo comportamento do dia anterior, quando surgiu de camisa verde de um time de futebol, calça jeans e tênis. “Comprei alguns paletós e gravatas e seguirei à risca o regimento. Peço desculpa pelo que fiz e nunca mais farei de novo.”

Vigilância

Mas Cleitinho Azevedo (PPS) também não deixou por menos. Anunciou, em alto e bom som, que, a partir de agora, ficará vigilante e que vai denunciar todos aqueles que vão à paisana marcar ponto em plenário. “E olha que não são poucos. Tem deputado eleito que nem aqui apareceu uma única vez para trabalhar. Quero falar na cara deles. Não mandarei recados. Ficarei, sim, muito vigilante”, avisou Cleitinho com mais um pedido de desculpas pelo “ato falho”.

Curto e grosso

“Sendo prerrogativa do presidente da República escolher seus líderes para representar o governo no Poder Legislativo, será encaminhada mensagem ao Congresso Nacional informando a substituição da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO) na função de líder do governo naquela Casa Legislativa.” Quem informou foi o porta-voz, general Otávio do Rêgo Barros. Currículo político, Eduardo Gomes tem: foi vereador, deputado federal de 2003 a 2015 e senador a partir de agora.

Segunda instância

Teve sessão no Supremo Tribunal Federal (STF) para tratar das condenações antes de chegar à última instância, em que muitos casos vão parar.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestaram. Começou então a votação? Que nada! Os votos dos 11 ministros serão só na próxima quarta-feira. E, pode escrever, uma sessão só dificilmente vai conseguir chegar a um veredicto.

Pinga-fogo

“Deixo a liderança no Congresso com dever cumprido. Articulei a reforma da Previdência em todo país, aprovei o PLN que deu ao PR @jairbolsonaro R$ 248 bi e o salvou de um impeachment.” A frase é da ex-líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).

A publicação no Twitter da deputada Joice ainda continua e pega pesado com bastante força: “Contive inúmeras crises. Não me importo com a ingratidão. Meu couro é duro. Sigo apoiando o Brasil!” Será que o presidente vai passar recibo, vai tuitar também?

Cadê o presidente do PSDB, Bruno Araújo, ex-ministro das Cidades e ex-deputado? O fato é que o partido divulgou um comunicado em que condena o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e associa as ideias do governante com o “radicalismo de esquerda”.

O detalhe é que a nota, ao contrário da Joice Hasselmann, não é assinada por qualquer dos integrantes do ninho tucano e muito menos do próprio presidente da legenda. Depois reclamam quando há registros dizendo que o partido subiu no muro.

Sendo assim, o melhor a fazer é esperar por uma viagem internacional. Calma, gente, quem dera? O fato é que muitos senadores não querem pôr a cara nas lentes fotográficas ou cinematográficas para aprovar a indicação de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada nos EUA do amigo Trump.
.