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Estado de Minas EM DIA COM A POLÍTICA

A ponte Rio-Niterói, o coral e a orquestra

'São crianças carentes da região, que viram através da música um grande desafio quando nos perguntaram se a música podia levá-los até Brasília'


postado em 21/08/2019 06:00 / atualizado em 21/08/2019 08:25

 Roberto Campos Neto(foto: MARCELO FERREIRA/CB/D.A.PRESS)
Roberto Campos Neto (foto: MARCELO FERREIRA/CB/D.A.PRESS)

Como sair de uma ponte da notícia que ontem gastou horas ao vivo e em cores nas transmissões televisivas? E mesmo depois que a ponte Rio-Niterói foi aberta, elas continuaram monopolizando o noticiário durante a tarde. Seria falta de notícias, ainda mais no âmbito da política? Foi o que pareceu. Os primeiros compromissos da agenda oficial do presidente da República falam por si.

Padre Valdivino Borges Junior foi recebido às 9h e estava na agenda oficial. Em seguida, o registro: Conservatório Musical do Vale do Juruá. E só. O fato é que o Coral e Orquestra do Conservatório Musical do Vale do Juruá, de Cruzeiro do Sul, se apresentou ontem, em Brasília, para o presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Os cerca de 80 jovens do Conservatório foram convidados para se apresentar na capital federal entre ontem e até amanhã e, além da apresentação para o presidente, a cantoria chegou e alegrou ainda, pelo menos um pouco, o Conselho Nacional do Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal.

“São crianças carentes da região, que viram através da música um grande desafio quando nos perguntaram se a música podia levá-las até Brasília. Espero que essas pequenas quatro músicas que serão apresentadas passem o sentimento de amor e entrega”, disse o promotor de Justiça Iverson Bueno, coordenador do projeto.

Agenda cheia no gabinete presidencial. Começou voando com o ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o astronauta, que tratou de coisa séria pelo jeito, embora o compromisso seguinte de Bolsonaro, o presidente do Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur), poderia indicar o contrário.

Afinal, continua a novela do Coaf, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Quem tentou apaziguar foi o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ): “O presidente do Banco Central, leia-se Roberto Campos Neto, abriu a oportunidade de trazer pessoas do mercado para trabalhar no Coaf como órgão técnico. Não é para botar quadro político no Coaf, ninguém tem essa pretensão”.

O resumo em uma frase de Maia é óbvio e ululante, indicação política versus órgão técnico no Banco Central é impensável em qualquer situação. As declarações foram feitas depois de ele ter se encontrado com o presidente Roberto Campos Neto ontem de manhã.

E Rodrigo Maia ainda fez até um resumo de currículo, que inclui entender de “circulação de moeda e transação financeira no Brasil”. Muito óbvio, mas vale o aviso que o Coaf agora se chama Unidade de Inteligência Financeira (UIF). Sendo assim, “ui”, é chegada a hora de encerrar. “Ufa!”

Falta alimento
Vice-presidente da Assembleia Legislativa (ALMG), o deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB) prometeu acelerar o pedido feito pessoalmente pela secretária de Estado de Educação, Júlia Sant'Anna. Ela quer maior abertura para a compra de alimentos produzidos por produtores rurais para as escolas e pegar carona no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para acelerar os trabalhos. “Na prática, o programa está aquém do que pode chegar. Os alimentos não estão chegando aos hospitais, às penitenciárias e em várias cidades mineiras”, ressaltou Arantes, ao prometer audiências públicas, com a presença de prefeitos e Emater para dar eficiência aos produtores.

Dança das cadeiras
Não foi surpresa para a maioria dos deputados estaduais e também para prefeitos a saída de Custódio Mattos (PSDB) da Secretaria de Governo de Zema (Novo). Afinal, embora a ele coubesse fazer a articulação política com a Assembleia Legislativa (ALMG), ele não recebia nenhum deputado e muito menos ainda prefeitos que procuravam o governo. O resultado é que nenhum projeto importante para o governo foi aprovado na Assembleia. Se podia piorar, nos bastidores, chegava a ser crítico ferrenho do próprio chefe. Isso mesmo, o governador Romeu Zema.

Sniper no Twitter
O tweet, como sempre: “Parabéns aos policiais do Rio de Janeiro pela ação bem-sucedida que pôs fim ao sequestro do ônibus na ponte Rio-Niterói nesta manhã. Criminoso neutralizado e nenhum refém ferido. Hoje não chora a família de um inocente”. E Bolsonaro ainda acrescentou sobre o caso: defendeu o trabalho de sniper antes de desfecho de sequestro na ponte Rio-Niterói. Sabe o que é? Resposta rápida: sniper é um atirador de elite, integrante de força de segurança especializado em armas e tiro de precisão.

A sala secreta
Antes, foi durante a delação do ex-ministro Antonio Palocci. Ontem, o protocolo se repetiu, só que com o ex-diretor da Odebrecht João Carlos Mariz. No meio do caminho tem as delações envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mariz foi tratar do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, ou melhor, da CPI do BNDES, e os desvios de recursos públicos que incluíam, entre outros países, até para Cuba, na época de Raúl Castro, como não poderia deixar de ser. Isso é notícia velha, o detalhe é que até os celulares dos deputados que estiveram presentes ficaram de fora.

Efeito Rio-Niterói
“O sequestro do ônibus no Rio de Janeiro pode contaminar o debate. Não é um bom momento para votar isso.” Foi bastante sensato o pedido da deputada e líder da Minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Os demais líderes partidários seguiram a sugestão e também decidiram que a proposta que amplia o porte de armas não será votada, apenas o relatório do deputado Alexandre Leite (DEM-SP) foi lido. Já ao porte de arma rural não havia restrições, pode valer em toda a fazenda. Mas só nela, que fique bem entendido.

PINGAFOGO

Chumbo trocado não dói. Se teve sala secreta, o PT divulgou que pretende acionar o Judiciário por causa da Agência Nacional de Cinema (Ancine) e o programa Mais Médicos envolvendo crimes de incentivo à homofobia e prática de censura no cinema.

No caso do Mais Médicos, o PT trata como “falsa a acusação de que o programa teria sido usado pelo partido para fazer guerrilha no país”. E é grande a possibilidade de os petistas se darem bem nesta causa. Falar em guerrilha como fez o presidente extrapola o bom senso.

A nomeação de Bilac Pinto (DEM) para a Secretaria de Governo de Romeu Zema (Novo) deve acontecer somente na sexta-feira. Ele diz que precisa de um tempinho para deixar o mandato na Câmara dos Deputados.

No lugar, deve assumir Fabiano Tolentino, já que o primeiro suplente, Marcus Pestana, teria manifestado a preferência por manter as consultorias prestadas em São Paulo. Até lá, Bilac tenta negociar com o sucessor a manutenção de alguns funcionários do seu gabinete em Brasília. Pedido que, até agora, parece que não será atendido.
 

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