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Estado de Minas EM DIA COM A POLÍTICA

A cadeira de balanço pode derrubar a ideia

Durante quase 15 minutos, o presidente Jair Bolsonaro discursou, com declarações como a ideologia de gênero é do "capeta da esquerdalha"


postado em 11/08/2019 04:00 / atualizado em 11/08/2019 08:10

(foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)
(foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)
Algum clérigo precisa tomar a iniciativa e benzer o presidente Jair Bolsonaro (PSL). Aliás, não é necessário, já que ele foi saudado pelos organizadores do evento em que estava como o “único na história do Palácio do Planalto” que “reconhece que Jesus é Jesus”. Ai, meu Deus! Com direito ao gerúndio do evento batizado de “Marchando para Jesus”, o slogan estampado na camiseta que usava e foi aplaudido. Durante quase 15 minutos, Bolsonaro discursou, com declarações como a ideologia de gênero é do “capeta da esquerdalha”.

O presidente da República Federativa do Brasil mentiu descaradamente ao dizer que “não estamos desafiando nenhuma instituição, mas não aceitaremos pressão para manter nichos qualquer que seja em causa própria”, se referindo à obrigação das empresas de publicar balancetes. Pelo jeito, ele nunca leu um balanço inteiro das empresas, até porque Jair Bolsonaro não iria mesmo conseguir entender.

É, Bolsonaro estava “um capeta” ontem. Tirem as crianças das salas de aula, ideologicamente falando. Elas não merecem ser tratadas assim. O grupo escolar e o ginásio sempre reverenciavam, porque era obrigatório, a ditadura militar que tanto mal fez, tantos mortos fuzilados sem sequer ter o direito de defesa dos que não seguiam a cartilha ditatorial. E inclua outros tantos inocentes que foram confundidos e morreram sem saber o motivo do fuzilamento.

Mudando de assunto, ou melhor não mudando de assunto, já que isso quem tem feito é o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Onyx Lorenzoni. Ele voltou a preparar terreno para enviar ao Congresso a proposta do governo de emenda à Constituição (PEC) que institui o sistema de capitalização na Previdência pública. Se ele vai conseguir capitalizar de fato força política para aprová-la no Congresso, é melhor esperar para ver e crer.

Onyx está otimista: “ela virá numa Proposta de Emenda Constitucional (PEC) especial, com todo detalhamento, porque ali está o grande futuro do Brasil, não apenas na questão previdenciária, mas preponderantemente como instrumento de alavanca de ampliar a poupança interna”.

Como ele terceirizou, ressaltando que ainda terá uma conversa com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar do assunto, convém ser prudente. Guedes não gosta nem um pouco de deixar o seu próprio protagonismo de ser o pai da criança. Mas assumiu para si outra frase de efeito: “É a Lei Áurea para o Brasil, na minha visão, do Brasil econômico”.

Fala mais não Bolsonaro
“Não sei, sou ruim de matemática. Não, de matemática eu sou bom. Sou ruim de economia”.
Sobre a reforma da Previdência, quem ficou bem na fita foi o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

“Não sei, o Congresso decide, né? Eu acho, meu sentimento é que passa”.
Saindo em defesa da indicação do filho deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como embaixador nos Estados Unidos.

“Não é com o governo, é com o Brasil. É igual meus ministros, não estão alinhados comigo”.
Diante da indicação do procurador-geral da República (PGR) que vai substituir Raquel Dodge no comando do Ministério Público Federal (MPF).

Hora e local
A reunião será às 14h30, em lugar a ser definido. Onde será, melhor esperar. Já a definição do deve vai acontecer no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados tem data marcada, será quarta-feira. É quando serão instaurados os processos contra Boca Aberta (Pros-PR), José Medeiros (Pode-MT) e ainda tem a deputada Maria do Rosário (PT-RS). A propósito de Boca Aberta, vale o registro de que para ele ainda falta definir quem será o relator do processo.

Ficaram de fora
Relatório bom é aquele capaz de ser aprovado. Foi com este argumento que o senador Wellington Fagundes (PL–MT) conseguiu aprovar a medida provisória que trata da atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos processos de privatização e deixa ainda mais ampliado o Programa de Parcerias de Investimento (PPI). E o relator Fagundes ressaltou ser “municipalista, mas entendo que o Parlamento precisa aprofundar este debate”. Sabe por que? Porque os municípios e os estados ficaram de fora do dinheiro que a MP prevê. Ficou tudo no próprio BNDES.

Bem rápida…
(foto: Marcelo Camargo/ABR - 19/10/18)
(foto: Marcelo Camargo/ABR - 19/10/18)
… no gatilho foi a Rede Sustentabilidade, o partido da ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (foto), ao protocolar ontem, no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a MP que desobriga as empresas de capital aberto de publicarem os balanços financeiros em veículos impressos. Na ação dirigida à mais alta corte de Justiça do país, a Rede Sustentabilidade alega que o presidente Jair Bolsonaro (PSL), ao editar a Medida Provisória, visa pôr em prática uma “clara retaliação à imprensa nacional”.

O protagonismo
A imagem da semana vem de Rodrigo Maia (DEM-RJ) da votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, que ele presidiu com mão de ferro. Mas em entrevista na TV, junto com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Maia não segurou mais o choro ao passar o bastão ao senador.

Ping Fogo

Imunossupressores adaptam o sistema imunológico para que os órgãos recebidos não sejam rejeitados. E daí? O que tem a ver com a política? É que, depois de amanhã, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (ALMG) vai tratar do assunto.

É que os remédios são caros e não podem ser adquiridos diretamente em farmácias, apenas em distribuidoras. Os nomes deles falam por si: os medicamentos mais difíceis de serem encontrados são o tacrolimo, a ciclosporina e o micofenolato de sódio.

O paralelismo, quem diria, chegou ao Senado. E quem vai usá-lo é o senador Tasso Jereissati (foto) (PSDB-CE). E ele, para que a reforma da Previdência não volte à Câmara dos Deputados, vai relatar uma nova Proposta de Emenda Constitucional, a já ficando comum PEC Paralela.

A marginal foi interditada. Calma, nada a ver com a PEC Paralela. É perseguição policial, não política, na pista marginal do anel rodoviário, no sentido de Vitória, a capital do Espírito Santo. Perdeu marginal! Deve ter dito o policial ao preso que foi baleado e levado ao hospital.

Por fim é melhor fugir do capeta, é isso mesmo, já que o presidente da República declarou “não existe essa conversinha de ideologia de gênero. Isso é coisa do capeta”. Então, é melhor ficar longe das infernais notícias. Afinal, hoje é domingo, só rezando mesmo.



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