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Coronavírus: passado e futuro

Se olharmos para trás sem o desejo de crescer e de mudar e, portanto, sem esperança, nós nos sentiremos desanimados, impotentes e tristes


postado em 05/07/2020 04:00 / atualizado em 04/07/2020 12:03


“Tenho muito medo de enfrentar a vida. Sou bastante insegura. Eu me sinto covarde e sem criatividade para tentar sair dos problemas. Tudo que começo a fazer quase sempre não termino. Quanto mais sofro, mais desorientada fico e menos coragem tenho de reagir. Já estou desesperada pois temo muito o nosso futuro com esta PANDEMIA.”

Gisele, de Belo Horizonte

A importância desta carta é que me enseja a possibilidade de falar de dois inimigos cruciais para a felicidade humana: O PASSADO E O FUTURO. A raiz de todos os nossos sofrimentos é o pensamento. Ele é que nos leva para as dores do passado e as preocupações com o amanhã. A capacidade de lembrar e de prever é um grande dom dos homens desde que não nos leve ao sofrimento e desespero.

Qual o papel do passado da nossa vida? A única e exclusiva função do passado é o nosso aprendizado. Aprender com nossos erros, nossos fracassos, nossas quedas.

O passado é um mestre, e não um algoz. Quando olhamos para trás e sentimos culpa, mágoa, saudade ou vergonha, estamos nos envolvendo numa teia de sofrimento sem saída, de vez que o que passou, passou e é impossível voltar atrás.

Há uma linda história no Antigo Testamento que ilustra magistralmente o perigo de resistir às mudanças através do apego ao passado. Havia duas cidades: Sodoma e Gomorra, e Deus resolveu destruí-las. Chamou Ló e sua mulher, comunicou a eles o seu propósito e concedeu a eles o direito de fugirem quando ele estivesse aniquilando as duas cidades.

E impôs uma única condição: quando vocês fugirem da catástrofe, NÃO OLHEM PARA TRÁS. A mulher de Ló, ao transgredir a ordem, foi castigada virando uma estátua de sal. O simbolismo é claro. A estátua é imóvel e o sal conserva. Viramos estátua de sal quando vivemos a vida pelo retrovisor, lamentando o que aconteceu e perdendo a oportunidade de aprender com a experiência.

Isso ocorre com frequência nas relações familiares, sociais ou afetivo-sexuais, quando deixamos o passado dominar nossos relacionamentos, nos esquecendo da beleza de viver daqui pra frente.

Se olharmos para trás sem o desejo de crescer e de mudar e, portanto, sem esperança, nós nos sentiremos desanimados, impotentes e tristes.

Gisele diz mais adiante na carta: “Já estou desesperada, pois temo muito meu futuro”. Grande parte do nosso sofrimento é pensarmos no futuro, através do medo, sobretudo o medo de perder o que conseguimos ou o medo de não alcançar aquilo que desejamos.

Aqui também, duas posturas são possíveis ao olharmos para o amanhã.

Podemos ver o futuro como incentivo à construção da nossa vida, como referência para o nosso desenvolvimento, ou podemos vê-lo, como infelizmente nos foi ensinado, como algo catastrófico, perigoso, atemorizador. A ansiedade, o medo, a preocupação são formas de nos escravizarmos ao FUTURO.

O futuro não é para ser temido, mas construído. A fixação de objetivos claros para a nossa vida, sejam eles materiais, espirituais, sociais ou afetivos, nos tira de uma postura passiva diante do amanhã e nos institui donos da nossa própria vida. Em vez de tentar adivinhar o futuro através de nossas superstições e pressentimentos é saber que ele será em grande parte, aquilo que dele fizermos.

Gisele, perdoe-se pelo seu passado e veja no amanhã uma tela em branco onde você vai pintar um quadro, que pode, às vezes, não ser o melhor do mundo, mas que será seu, fruto da sua coragem de dar algo de si e que a levará à FELICIDADE.

Sofrer ou lutar. Eis a questão.

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