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Estado de Minas

NUNCA ESTOU EM PAZ

'Não tenha medo de parar a máquina. Você não vai sucumbir, não vai fracassar'


postado em 03/05/2020 04:00 / atualizado em 02/05/2020 22:52



Sou uma pessoa muito tensa. Não tenho paz. Estou constantemente irritada, brigando com os meus filhos e marido por qualquer motivo. Preciso de sua orientação.

Joana, de Sabará
 
 Tensão é um estado de luta. É uma preparação do corpo para se defender das ameaças externas. A maioria de nós é cronicamente tensa. Acostumados a ver perigo em tudo, a achar que as pessoas não nos querem bem, que o mundo é mal, que a vida é perigosa. A partir daí, estamos sempre à espera do pior, principalmente em tempos de pandemia do novo coronavírus.

E somos alimentados nesses pensamentos pelas outras pessoas que também vivem tensionadas, pelas notícias sobre a COVID-19 que acompanhamos diariamente nos jornais, pelas pessoas que nos cercam que, com a melhor das intenções, nos advertem dos perigos da vida.

O mundo, sem dúvida alguma, nos apresenta um certo grau de ameaças reais e imediatas. O grau de preparação para enfrentá-las, traduzida em tensões musculares no nosso corpo, é excessivo e representa mais os nossos pensamentos catastróficos sobre o futuro, numa tentativa infrutífera de controlarmos o que de ruim possa nos acontecer. E como pensamos constantemente o pior, estamos sempre em estado de alerta, de ansiedade e de preocupação. Por outro lado, é real que vivemos em uma era de ansiedade, de pressa, de conflitos, de incertezas.

Nosso mundo é, mais do que nunca, palco de mudanças explosivas e de insegurança. Há 100 anos, um ataque cardíaco (doença diretamente ligada às tensões) era uma curiosidade da medicina. A multiplicidade de papéis que exercemos, a pressão para o sucesso profissional, financeiro e a cobrança excessiva de perfeição são fatores desencadeantes de uma maneira estressada de se viver, que, à medida que torna habitual, também se torna inconsciente.
 
 
 
 
Só percebemos nosso grau excessivo de tensões quando aparecem os sintomas mais intensos: insônia, infarto, pânico etc. Diante disso, temos duas alternativas: continuarmos objeto passivo do mundo e dos nossos pensamentos, alimentando “nossa luta” para alcançar o máximo de desempenho como pais, como profissionais, como pessoas de sucesso social, ou mudar o estilo de nossa vida. No primeiro caso, como nos diz a leitora, a irritabilidade se torna permanente, a angústia e o medo passam a conviver conosco e a impulsionar nossas ações.

Se queremos uma vida mais saudável e descontraída para nós mesmos temos de encontrar a paz interna perdida, mas que existe sempre em cada pessoa. Quando crianças, sabíamos disso na prática. Vivíamos o estado de dança, de fluir a vida, de paciência. Quando adultos, vivemos um estado de luta, de queda de braço com o mundo, de pressa, de vencer a qualquer preço. Saber migrar de um estado para o outro, viver cada um deles de acordo com a situação, é o primeiro passo para melhorar nossa qualidade de vida. Há momentos que são realmente de luta, de conflito, de tensionamento.

Passado esse momento, deveríamos voltar ao estado de repouso, de descontração. Não sabemos fazer isso e temos de aprender. As tensões se acumulam no nosso corpo e permanecem. Até dormindo, estamos em “batalha”. A verdade é que não sabemos relaxar. O maior presente que cada um de nós pode dar é a determinação de entrar em contato com o estado de harmonia que sempre está presente na essência do nosso ser. Há, porém, uma condição fundamental para aliviarmos nossas tensões: QUERER.

Querer dedicar-se a um cuidado corporal através de técnicas, hoje amplamente disponíveis, que nos ensinem novamente a estar com o corpo em paz. Exercícios físicos, massagens, técnicas respiratórias, treinamentos em relaxar, meditações e descansos programados são apenas algumas possibilidades. Não tenha medo de parar a máquina. Você não vai sucumbir, não vai fracassar. Ao contrário, quanto mais relaxados estivermos, mais espontâneos, mais alegres. E esse estado de energia nos conduzirá a relacionamentos mais amorosos e mais harmônicos. E aí teremos o verdadeiro sucesso: social e, sobretudo, pessoal.
 

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