Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Neurocientista explica como as cores influenciam o comportamento humano

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Ninguém ignora que o branco nas paredes e o azul identificam o período colonial da arquitetura brasileira. Em outros países também é assim, mas há uma diversidade que agrada o visual: em algumas cidades, cada casa tem uma cor, combinadas ou não.





Por aqui, algumas fachadas de casas fogem das tintas comerciais, as pessoas usam terra natural para fazer suas cores preferidas. Já tentei uma vez, mas é uma canseira. A nova cor só pega em parede virgem, quer dizer, é preciso retirar toda a tinta para chegar onde você quer.

A preferência por uma cor não se resume a tons de parede ou à escolha de roupas. A neurociência tem o papel de investigar o sistema nervoso humano, entendendo qual seu impacto no desenvolvimento e crescimento. Existem diversas estratégias investigadas pela neurociência para estimular e aumentar nossa produtividade. Thaís Faria Coelho, neurocientista e mestre em educação, explica como cada cor nos afeta e pode nos motivar.

Cinza

Esta cor atinge o putâmen, encarregado de regular a dopamina, neurotransmissor responsável pelo prazer. Então, o cinza pode representar a ausência de energia e também ser usado em momentos de decisão.



Branco

O branco atinge o córtex esquerdo, responsável pela lógica e comunicação. O contato da cor com nosso cérebro remete à sensação de pureza, tranquilidade, calma e frescor.

Vermelho

O vermelho estimula a amígdala e o núcleo accumbens, estruturas ligadas ao prazer. É uma cor responsável por motivar nossas emoções, virilidade, impulsos, atenção, sexualidade e dinamismo.

Roxo

Esta cor estimula o polo frontal, responsável pelo planejamento de ações, movimentos e pensamento abstrato. O roxo desperta o interesse em atividades que trabalhem a criatividade, espiritualidade, mistérios e ganância.





Rosa

Atinge a área tegmentar frontal, que controla a sensação de recompensa. Seu principal efeito é o estímulo à inocência, pureza, feminilidade, delicadeza e afeição.

Preto

Assim como a cor vermelha, o preto estimula a amígdala, que é uma espécie de controladora do comportamento sexual, agressivo e memória emocional. A cor desperta ações de curiosidade, luxo e luto.

Verde

Essa cor atinge o córtex pré-frontal, que está ligado às decisões e ao pensamento criativo, além de ser responsável pelas respostas afetivas e julgamento social. É uma cor que transmite frescor e harmonia.





Marrom

O marrom trabalha o sistema límbico do cérebro, que gerencia estados e respostas emocionais. É uma cor que transmite estabilidade, conservadorismo e pensamento.

Amarelo e laranja
As duas atuam no sistema dopaminérgico, responsável por gerenciar os estados de recompensa e liberar dopamina. São estimulantes do entusiasmo, alegria, energia e alerta.

Azul
Assim como o verde, o azul atinge o córtex pré-frontal, que atua nas decisões, pensamentos abstratos e criativos. Enquanto o verde estimula a harmonia, o azul motiva ações de poder (azul-escuro), produtividade, confiança e higiene (azul-claro).

A neurocientista Thaís Coelho considera importante ter em mente que a compreensão das cores pode reestruturar a rotina das pessoas de acordo com seus objetivos. Segundo ela, é possível justificar vários comportamentos humanos de acordo com as cores mais presentes no dia a dia das pessoas.