Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Exames de rotina são fundamentais para prevenir o câncer de próstata

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O câncer de próstata é a segunda doença maligna mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele. A boa notícia é que, quando diagnosticado ainda em fase inicial, isto é, restrito aos limites da próstata, a probabilidade de cura fica acima de 90%. Por isso, o mês de novembro é dedicado a relembrar aos homens sobre a importância do exame de rotina.



Tenho um sobrinho, proctologista, que me contou que tem operado mais câncer de próstata do que de intestino, que é sua especialidade. E ele conta que poucos são os homens que realizam exames a partir dos 50 anos. Para verificar a saúde da próstata, ele recomenda exames de dosagem do PSA no sangue (um biomarcador de câncer), exame de toque prostático e, eventualmente, ressonância da próstata.

E os exames são importantes porque, habitualmente, a neoplasia de próstata não apresenta sinais em uma fase inicial. Por isso, a ausência de sintomas não exclui a possibilidade de ser portador dessa doença. Apenas com os exames é que poderemos avaliar adequadamente.

Havendo suspeita da doença a partir do check-up realizado, o médico solicita a biópsia da próstata para verificar se há malignidade e avaliar a melhor conduta para combater o câncer. Atualmente, existem excelentes opções de tratamento para todos os estágios da doença.



O avanço tecnológico e o melhor conhecimento da anatomia prostática resultaram em cirurgias menos mórbidas, com menores complicações e ótimos resultados oncológicos-funcionais. A radioterapia também passou por uma grande evolução e apresenta bons resultados, com poucas complicações.

Mas, de maneira geral, os homens evitam os exames porque acreditam que o câncer de próstata diminui sua sexualidade. Conheço vários casos nesse sentido. O mais próximo é de um primo médico que, ao constatar o problema e sem contar para a mulher, passou a se levantar cedo para fazer o tratamento, avisando que ia fazer fisioterapia.

Até o ponto em que teve que contar para a mulher seu estado e foi parar no hospital. Como não dava mais para esconder a doença, a mulher levou um susto danado e ele saiu do hospital para morrer em casa.

Durante a crise sanitária da COVID-19, houve grande redução na realização de exames de rotina, entre eles o de dosagem de PSA no sangue. Na comparação com janeiro a setembro de 2019, foi registrada redução de quase 30% em 2020 e de mais de 7% em 2021.



Apenas neste ano é que a instituição apresentou crescimento de cerca de 5%, comparado ao mesmo período de 2019. Ainda que o câncer de próstata não apresente sintomas em estágios iniciais, devido ao atraso na realização de exames ocasionado pela pandemia e ao constrangimento dos homens em realizar o exame de toque prostático, podem ser percebidas algumas alterações como:

» Ardência  ou dor ao urinar

» Micção frequente

» Gotejamento de urina após a micção

» Fluxo urinário fraco ou interrompido

» Vontade de urinar frequentemente à noite (nictúria)

» Sangue na urina ou no sêmen

» Disfunção erétil

» Dor no quadril, costas, coxas, ombros ou outros ossos

» Fraqueza ou dormência nas pernas ou pés

Ao notar qualquer mudança, é necessário procurar um médico para realizar os exames adequados e descobrir a causa. Quanto antes o problema for diagnosticado, maiores serão as chances de cura e menores serão os impactos na qualidade de vida. E novembro foi o mês escolhido para a divulgação sistemática e a necessidade de cuidar-se.