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ANNA MARINA

Endometriose ganhou ''fama' com Anitta. Saiba como lidar com a doença

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Neste mundo atual regido pelas redes sociais e pelos famosos de plantão, a mídia oficial tem dado destaque a assuntos levantados por eles. Alguns são coisas banais que não deveriam virar notícia, mas outros são bem importantes e pertinentes, pois são fatos, problemas e doenças que acometem grande parcela da população e sempre é bom falar e esclarecer as dúvidas. Um desses temas foi a endometriose, motivo de sofrimento de muitas mulheres e andava esquecida até que a cantora Anitta disse ao público que estava com o problema.





De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a endometriose atinge 10% da população feminina em todo o mundo. A doença provoca o crescimento do tecido ao redor do útero, causando dor crônica, inflamação e, em até 50% dos casos, pode levar a mulher à infertilidade. Por se tratar de uma doença sem causa específica, não é possível prevenir. Por isso, é fundamental seguir uma rotina de cuidados preventivos para garantir diagnóstico precoce e iniciar o tratamento. Por não ter cura, a endometriose exige da paciente cuidado redobrado com a região íntima e acompanhamento integral. Existe um tratamento com uso de anticoncepcional e outro com cirurgia.

Mulheres que sofrem de cólicas com fortes dores durante o período menstrual podem sofrer de endometriose. Não se pode generalizar dizendo que todas as dores são provocadas pela doença, mas a enfermidade é uma das causas mais comuns para as cólicas intensas. A endometriose também é uma das causas comuns de dificuldade para engravidar ou mesmo de infertilidade. Outras causas são idade, ovulação irregular e obstrução das trompas de falópio.

Por ser um quadro relacionado a um desequilíbrio hormonal, a alimentação tem papel importante no seu controle. Alguns alimentos podem agravar os sintomas, enquanto outros podem amenizá-los. O ginecologista Patrick Bellelis, do setor de endometriose do Hospital das Clínicas da USP, diz que é comprovado que os alimentos ingeridos e o estilo de vida podem influenciar em uma série de aspectos, inclusive no metabolismo das prostaglandinas, que atuam nos processos inflamatórios do corpo, no ciclo menstrual e na atividade do estrogênio. Uma dieta deficitária e o sedentarismo podem impactar na endometriose.





Alimentos ricos em vitamina B e ômega 3 são ideais para reduzir os sintomas e as dores causadas pela doença, de acordo com estudo publicado pela revista alemã GebFra Science. Já o álcool, a carne vermelha e as gorduras trans demonstraram um efeito amplificador, tanto no inchaço pélvico quanto na dor crônica acarretados pela endometriose.

Em geral, é recomendado a quem tem endometriose manter uma alimentação balanceada e sem glúten, com ingestão de alimentos ricos em antioxidantes, propriedades anti-inflamatórias e com efeitos positivos no metabolismo de estrogênios e hormônios. Sementes de girassol, nozes e linhaça, legumes como brócolis ou couve-flor, frutas como abacate, limão e mirtilos, e óleos de oliva e prímula são alguns deles.

Segundo a nutricionista Julia Beux, esses alimentos estão presentes na dieta mediterrânea, que é um bom modelo a ser seguido. Além de consumir alimentos que podem contribuir para o bem-estar, é importante evitar carnes vermelhas, gorduras trans e álcool, alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares refinados, laticínios e cafeína.

É muito importante o bom funcionamento do intestino. Alimentos ricos em fibras podem ser um socorro, porque o nosso corpo se livra do excesso de estrogênio nas fezes. Sem uma evacuação saudável todos os dias, os níveis de estrogênio podem estar muito altos, o que pode ser bastante prejudicial para quem tem endometriose.

(Isabela Teixeira da Costa/Interina)