Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Uma rainha com hábitos plebeus?

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A rainha Elizabeth II faleceu na quinta-feira (8/9). O mundo simpatizava que essa mulher, que assumiu o trono tão nova e conseguiu manter o seu papel de forma impecável, passando por momentos difíceis tanto politica quando popularmente.





Aqui no Brasil, ela virou meme, símbolo da imortalidade. Provavelmente, nunca tomou conhecimento disso, mas, se tivesse visto alguns deles, tenho certeza de que, na sua intimidade, teria rido muito, porque a criatividade do brasileiro é maravilhosa.

O mais impressionante é que dois dias antes de sua morte ela recebe a nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, que foi nomeada pela rainha, como era tradição. Truss, a quarta primeira-ministra conservadora em seis anos, voou para a casa escocesa da família real para ser convidada pela rainha para formar um governo. A rainha a recebeu na terça-feira em audiência e lhe pediu para formar uma nova administração.

A força da monarca é invejável. Ela já estava sob cuidados médicos na Escócia quando recebeu Liz Truss e quem vê a foto das duas não percebe nenhum sinal de fragilidade ou mal-estar da rainha. Na quarta, ela deu sinal de cansaço e cancelou uma reunião virtual que teria com os ministros. Sempre foi elegante e contida, como pede o cargo.





A título de curiosidade. Elizabeth II sempre usava uma bolsa no braço, mesmo quando recebia alguém em audiência privada, dentro do palácio. Era uma de suas marcas registradas. Todas as suas bolsas são da grife Launer London e, dizem as más línguas, que ela tinha mais de 200 exemplares. Suas favoritas tinham alças maiores para dar mais conforto no braço ao cumprimentar as pessoas.

Já seus sapatos eram amaciados especialmente para que ela pudesse calçá-los. Segundo Lydia Slater, da Harper's Bazaar, uma pessoa era incumbida da missão de usar os modelos por diversos dias antes da monarca.

Como todo cuidado é pouco com a rainha, o chef de cozinha galês Graham Tinsley, que cozinhou para a rainha Elizabeth II em várias ocasiões, disse que já foi obrigado a fazer raio X das refeições dela antes de serem servidas em jantares oficiais. Além disso, revelou que toda a equipe de cozinha era obrigada a se encontrar em uma delegacia de polícia e pegar carona de motocicleta para o castelo e, em alguns banquetes, os convidados tinham até codinomes por segurança.





A rainha, quando ainda era princesa, aos 19 anos, serviu na Segunda Guerra Mundial. Contribuiu como mecânica no Women's Auxiliary Territorial Service e foi nessa época que aprendeu a dirigir.

Era tão apaixonada por cachorros que até criou uma nova raça canina, os dorgis, fruto do cruzamento de um corgi com um dachshund. A rainha era conhecida pelo amor às pombas de corrida; possuía cerca de 200 aves e se tornou embaixadora da Associação Real de Corrida de Pombas. Ela era fã de corrida de cavalos e foi proprietária de muitos ao longo da vida. A paixão é tanta que, em junho deste ano, ela contrariou as orientações médicas e voltou a montar.

Se você acha que está na moda porque agora toma drinques com gim, esquece. Uma das principais tradições da rainha era tomar uma taça de gim, religiosamente, todos os dias antes do almoço para abrir o apetite. Infelizmente, parou nos últimos meses por questões de saúde.

Tenho certeza de que todos nós sentiremos falta dessa figura tão singular. Agora, finalmente, o príncipe Charles conseguirá se tornar rei, seu grande desejo, e duvido muito que abrirá mão dessa função para passá-la ao seu filho William.

(Isabela Teixeira da Costa/Interina)