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ANNA MARINA

R$ 58,9 bilhões: o vasto e lucrativo mercado dos bichos de estimação

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É difícil dizer quantas pessoas gostam e sempre tiveram animais de estimação em casa, e isso vem crescendo há anos. Porém, com a reclusão por causa da pandemia, aumentou bastante o número de adoção e venda de pets, mas também aumentou o número de abandono de animais nas ruas.





Antes, o mais comum era ter cachorro. Segundo pesquisa, em 2019, 46,1% dos lares brasileiros tinham pelo menos um cachorro e 19,3% tinham gatos. Porém, com a pandemia, este número cresceu 23%. Desse montante, 55% adotaram ou adquiriram gatos – até porque, geralmente quem tem gato, tem mais de um; 38%, cães e 7% os dois animais.

Quem ganha com isso é o mercado de pets. De acordo com o Instituto Pet Brasil (IPB), o segmento pet encerrou 2021 com faturamento de R$ 51,7 bilhões, crescimento de 27% no comparativo com 2020, que faturou R$ 40,8 bi. Com isso, o Brasil subiu um degrau no ranking mundial do mercado pet, ocupando hoje o sexto lugar. Só no primeiro trimestre deste ano, o faturamento foi de R$ 58,9 bilhões. Segundo o IPB, a expectativa é de crescer 22% em 2022.

O impressionante é a criatividade do setor e o que os tutores adquirem. Além das rações e patês, tem coleiras de luxo, sofás, camas, bolsas, sapatinhos, luvas, colares e roupas para todas as estações do ano e datas especiais, como Natal, réveillon, Dia das Bruxas, Páscoa etc. A variedade de petiscos tem crescido cada dia mais e, agora, já tem com sabor de frutas e até a linha orgânica, vegana e por aí vai. A criatividade não para, o céu é o limite.





Se pensa que fica por aí, ledo engano. Grande parte do crescimento do setor se deve aos produtos e serviços estéticos para deixarem os pets com a aparência impecável. Tanto que, segundo pesquisa feita pela DataHub, plataforma de análise de dados, o segmento de embelezamento de animais domésticos cresceu 316% nos últimos seis anos. Só no ano passado, o Brasil registrou 22.943 lojas físicas de pet shop, comparadas às 5,5 mil de 2016.

Só para se ter uma ideia de onde chega todo esse cuidado, a Dog's Care, de Carol Vaz, lançou um hidratante para focinho formulado com aveia; e um óleo de coco, argan e abacate, itens que costumam ser vistos com frequência na fórmula de produtos para cabelo, foi usado na formulação de um hidratante para as patas. O primeiro produto foi uma fralda especial para o cio. Outro ingrediente que virou febre nos últimos anos, e é utilizado na composição de cremes dentais e hidratantes para cabelos, é o carvão ativado que ajuda no clareamento dos dentes dos pets.

Para controlar medo, ansiedade ou até mesmo ciúmes, foram desenvolvidos florais, iguais aos usados pelas pessoas, porém com dosagens e diluídos da maneira correta para os pets. E quem disse que os animaizinhos não merecem massagem? Pois tem muito veterinário indicando o carinho especial com óleos essenciais.





Com o aumento de pets, cresceu também o número de lojas, shoppings, bares, restaurantes e hoteis que agora são “pet frendly”, o que facilita muito a vida de quem gosta de viajar e não gosta de deixar seu “pequeno” em hotéis ou clínicas.

Esse é outro ponto a se destacar. O que antes era apenas um espaço de canil para o pet ficar, receber água e comida e ser solto duas vezes ao dia para “esticar as pernas”, agora são verdadeiros hotéis, se bobear, cinco estrelas, com tudo aquilo a que os animais têm direito.

Nada contra, afinal esses bichinhos nos amam – às vezes, muito mais do que as pessoas.

(Isabela Teixeira da Costa/Interina)