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Remédio para diabetes e dieta cetogênica são seguros no emagrecimento?

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Chegaram novidades na área do emagrecimento: uma dieta e um medicamento. Um não tem absolutamente nada a ver com o outro, mas aproveito o tema para falar dos dois.

Outro dia, conversava com um primo, que é da área da saúde, e comentava sobre o medicamento, e ele, com seu jeito tranquilão – mora há décadas no Nordeste –, falou: “Tem que saber qual vai ser o preço disso, porque vai ter um custo”.





Parei para pensar e é verdade, não é possível que um medicamento, criado para um propósito, seja usado para outro fim e, com o tempo, não provoque algum problema no usuário. 

O tal medicamento em questão é o Ozempic, “indicado para o tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2 insuficientemente controlado, como adjuvante à dieta e exercício: em monoterapia, quando a metformina é considerada inapropriada devido a intolerância ou contraindicações; em adição a outros medicamentos para o tratamento do diabetes”. Essa é a descrição dada pelo laboratório Novo Nordisk, que produz o remédio.

Mas a injeção subcutânea tem um efeito maravilhoso no emagrecimento. Segundo vários endocrinologistas, não tem problema nenhum ser usado para essa função; o único efeito colateral que pode dar é náusea e, caso o paciente apresente esse quadro, o tratamento é suspenso. A própria Anvisa aprovou o medicamento para esse fim. Apesar de muita gente não falar, pode ficar de olho: se algum amigo ou amiga emagrecer rapidamente, com certeza está fazendo uso da injeçãozinha. É bom dizer que não precisa de receita médica para comprá-lo e custa bem caro.





E a fala do meu primo merece atenção: uma pessoa que não tem diabetes usar uma medicação específica para outro fim, será que não causará nenhum dano a longo prazo? Infelizmente, a experiência nos mostra que tudo que ingerimos, fazemos ou deixamos de fazer com nosso corpo, mais cedo ou mais tarde, é cobrado.

Outra novidade é a dieta cetogênica, que de nova não tem nada, porque surgiu nos anos 1920, como tratamento para epilepsia, e foi ganhando fama como alternativa para a perda de peso apenas nos anos 1960, mas voltou à moda quando atrizes famosas passaram a usá-la com sucesso. Apesar de apresentar considerável eficácia, deve ser adotada com cautela e acompanhamento profissional.

Segundo a médica nutróloga Marcella Garcez, professora da Associação Brasileira de Nutrologia, a dieta é eficaz, mas a custos altos. “Fisiologicamente falando, faz sentido diminuir o apetite através da produção dos corpos cetônicos, mas a prática traz efeitos colaterais relevantes e não deve ser iniciada sem o acompanhamento de um especialista”, adverte.





Como explica a nutróloga, geralmente, as refeições nessa dieta são compostas de proteínas de alto valor biológico; cada uma dessas refeições contém proteínas, carboidratos e gorduras em quantidades e calorias restritas. Costuma ter três fases: ativa, reeducação e manutenção.

 “A fase ativa pode variar de 30 a 45 dias; é a fase em que ocorre a maior perda de peso. Na segunda fase, a de reeducação, o paciente incorpora, gradualmente, comidas naturais e saudáveis à sua rotina. Após uma dieta muito restrita, a pessoa volta a se alimentar com uma quantidade mais segura de calorias, no geral, em torno de 1.200 a 1.800 por dia, mas nessa fase ainda há perda de peso – ainda que menor do que na fase anterior. Por fim, vem a fase de manutenção do peso obtido nas duas fases anteriores”, detalha.

A grande questão que cerca o tema é: a dieta cetogênica é segura?. Segundo a médica, sim, mas com ressalvas, porque não pode ser feita por tempo prolongado, e não pode ser seguida por qualquer pessoa. Diabéticos, hipertensos e pacientes com problemas no fígado ou rim estão fora dessa dieta. 

O alto consumo de gorduras é outro ponto a ser considerado antes de optar pelo plano, já que, ao fazer com que 90% das calorias venham da gordura, há o risco de alterações no perfil lipídico. “O tempo máximo para praticar a dieta cetogênica deve ser de seis meses”, reforça a médica.

(Isabela Teixeira da Costa/Interina)