Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Sofre com suor excessivo ou cecê nas axilas? Botox nelas!

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Fala sério, esse negócio de suar muito incomoda demais, tanto para quem sua quanto para quem está do lado e vê a pessoa naquele estado. Dá uma agonia. O que pouca gente sabe que isso é uma doença chamada hiperidrose, que provoca suor excessivo, até mesmo em repouso, porque as glândulas sudoríparas são hiperfuncionantes. Geralmente, os pacientes suam nas axilas, palma das mãos e sola dos pés, mas pode ocorrer excesso de suor também no couro cabeludo, abaixo das mamas, nas virilhas ou na face.





A hiperidrose atinge de 1% a 5% da população e parece ter um componente genético/familiar. O suor que observamos na face, no tronco e nas costas estão relacionados ao esforço, enquanto o que ocorre nas palmas das mãos e dos pés ocorrem por estímulos emocionais e não costumam ocorrer durante o sono. A hiperidrose parece ocorrer por uma resposta exagerada do cérebro aos estímulos emocionais/afetivos.

Infelizmente, na maioria dos casos, o excesso de suor nas axilas, que causa as indesejáveis “pizzas” sob os braços, nas roupas, vem com mau cheiro, o que é chamado de bromidrose, que é a versão da hiperidrose com odor. Essa condição pode afetar a autoestima de pessoas em diferentes faixas etárias.

Não se se é o caso, mas tinha um colega de colégio que sempre estava com as calças umedecidas nas costuras da região do bumbum. Era constrangedor a gente ver. Sabíamos que era suor na região, mas nunca tínhamos visto em ninguém. Ainda bem que os colegas cooperavam e ninguém fazia bullying com ele.





Pouca gente sabe que hiperidrose tem solução e, por isso, é uma condição subdiagnosticada, devido ao embaraço social que está relacionado ao problema. Estima-se que apenas cerca de 38% das pessoas com sintomas característicos procuraram atendimento médico.

Aqui em Belo Horizonte, um dos médicos que é referência no assunto é João Bosco Vieira Duarte. Até alguns anos atrás, o tratamento era clínico ou cirúrgico, dependendo do grau da doença e do desconforto do paciente. No caso clínico, é possível utilizar um medicamento à base de cloridrato de oxibutinina, de uso contínuo, em doses diárias. A medicação tem como efeito inibir as transmissões nervosas que estimulam a produção de suor. Cerca de 30% dos pacientes relatam bons resultados com o tratamento, principalmente da hiperidrose axilar.

Quando o paciente não responde bem aos medicamentos, indica-se a cirurgia. Trata-se de uma cirurgia chamada simpatectomia torácica por videotoracoscopia, na região do tórax. São feitas duas pequenas incisões, uma na axila e outra no sulco mamário (dobra de pele abaixo da mama) para localizar o gânglio simpático responsável pela região que se pretende atingir e cauterizá-lo, isso interrompe a ação dos gânglios simpáticos, responsáveis por estimular as glândulas de suor.





O bom é que depois que aprenderam a usar o botox, ele passou a ter 1001 utilidades na área da saúde. E o combate a hiperidrose é um deles. De acordo com o cirurgião plástico Hugo Sabath, o tratamento consiste em aplicar através de injeção quantidades muito pequenas da toxina nos músculos a fim de imobilizá-los.

Quando aplicada na pele, a toxina botulínica bloqueia a liberação do neurotransmissor acetilcolina, impedindo o contato nervoso com a glândula sudorípara. O nervo e a glândula continuam funcionais, mas não há passagem do estímulo que provoca o suor. “Recomenda-se esta técnica para os pacientes que apresentam excesso de suor ou que tenham suor com cheiro muito desagradável nas axilas.”

A duração do tratamento é de 8 a 10 meses, podendo reaplicar uma vez por ano. Os resultados após a aplicação do botox são extremamente eficientes e já aparecem na primeira semana após a aplicação. O tempo de duração do efeito varia de quatro a 18 meses, com média de seis meses.

Infelizmente, a aplicação do botox nas mãos é mais delicada, porque pode haver perda da mobilidade caso a aplicação não seja feita de maneira adequada.

(Isabela Teixeira da Costa/Interina)