Jornal Estado de Minas

SAÚDE

Você não está convencido sobre os perigos do álcool? Todo cuidado é pouco

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Difícil, para não dizer impossível, atravessar todas as comemorações do fim do ano sem passar pelas bebidas. Um copinho aqui, uma comemoração ali e lá vamos nós brindando os variados encontros. Desafiando a turma que acha que o álcool, mesmo nessas situações eventuais, pode se transformar num vício, num desastre para a saúde. O princípio é que eliminar o álcool da vida é uma felicidade, para evitar uma série de danos a curto e a  longo prazos no organismo. Se você não está convencido sobre os perigos do álcool, listamos alguns motivos pelos quais você deve evitar o consumo de bebidas alcoólicas. Confira:





1. Desidratação da pele – A pele é um dos tecidos periféricos de onde o organismo retira água para metabolizar o álcool. Como resultado, o tecido cutâneo pode sofrer com desidratação, descamação e perda de viço e brilho. Além de desidratar, o álcool também pode levar a um processo inflamatório da pele. “A inflamação crônica promovida pelo álcool piora a qualidade da pele, além de favorecer o surgimento de acne, psoríase, rosácea e dermatite seborreica”, afirma o dermatologista Daniel Cassiano.

2.  Dificuldade na recuperação de procedimentos – O consumo de álcool é especialmente prejudicial para pessoas que acabaram de passar por procedimentos que demandam tempo de recuperação, como as cirurgias invasivas. “Isso porque o processo inflamatório provocado pelo álcool dificulta o processo de cicatrização e favorece o surgimento de cicatrizes inestéticas. Além disso, a substância afina o sangue, aumentando o risco de o paciente sofrer com sangramento e prolongando o tempo de recuperação”, alerta o cirurgião plástico Paolo Rubez.

3. Infertilidade – O consumo excessivo de álcool também pode interferir na fertilidade, causando, nos homens, a diminuição dos níveis de testosterona, com consequente redução na produção e quantidade de esperma, podendo levar também à disfunção erétil. “Já nas mulheres, os efeitos do álcool sobre a fertilidade são pouco esclarecidos, mas sabe-se que, além de reduzir as chances de gravidez, a substância pode permanecer por um certo período no organismo após o consumo e causar problemas durante a gestação, como malformação do feto e síndrome de abstinência no recém-nascido”, afirma Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana.





4. Aumento da predisposição a problemas circulatórios – Por favorecer a desidratação, o álcool, além de aumentar a incidência de câimbras e dores musculares, também pode fazer com que o organismo retenha mais líquidos. “Como resultado, ficamos mais inchados e a pressão sobre as veias e artérias aumenta, o que pode contribuir para o surgimento de problemas vasculares, como varizes e trombose”, destaca a cirurgiã vascular Aline Lamaita.

5. Prejudica o cérebro – O consumo excessivo e constante de bebidas alcoólicas pode diminuir a memória, agravar quadros depressivos e provocar danos irreversíveis ao cérebro. "Isso porque o álcool reduz os estoques de vitaminas A, C e do complexo B, além dos níveis de zinco, magnésio e ácidos graxos essenciais, deprimindo partes do cérebro que controlam comportamentos, além de debilitar os sentidos e interferir na coordenação motora", explica Juliano Burckhardt, médico cardiologista, geriatra e nutrólogo.

6. Redução do metabolismo – O fígado é o responsável por metabolizar as bebidas alcoólicas. Porém, esse mesmo órgão é o responsável pelo metabolismo de gordura. “Quando você bebe álcool, acaba adicionando mais uma tarefa às funções do órgão. Dessa forma, seu fígado não consegue processar a gordura de maneira tão rápida e eficientemente, pois estará, também, trabalhando para expelir o álcool. Como consequência, ocorre a desaceleração do metabolismo, levando, inclusive, ao acúmulo de gordura”, explica Marcella Garcez, médica nutróloga. O recomendado é que, depois de consumir bebidas alcoólicas você evite alimentos pesados, como carnes vermelhas.





No final das contas, a melhor dica é apostar na moderação e não tornar o ato esporádico de beber em um hábito rotineiro. “No geral, recomenda-se limitar o consumo diário a, no máximo, uma taça de até 150ml (como faz a rainha Elizabeth da Inglaterra, que toma sempre um copinho antes de dormir) e optar sempre pelas variedades que apresentam funcionalidades, como os vinhos tinto e seco. “O vinho tinto, na verdade, figura entre as bebidas alcoólicas mais saudáveis, pois é fermentado e rico em polifenóis, como o resveratrol, que são substâncias com grande poder antioxidante”, esclarece Marcella.


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