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SAÚDE

Brasil deixou de diagnosticar 17,2 mil casos de câncer de pele em 2020

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Dados apurados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) apontam uma realidade preocupante para os esforços de prevenção e combate ao câncer de pele. Em Minas Gerais, durante o ano de 2020, momento mais crítico da pandemia, foram realizados 1.708 diagnósticos a menos em comparação a 2019. Isso significa que o número absoluto de casos foi 22% menor do que o registrado no período anterior ao avanço do novo coronavírus.





Análise nacional indica que, de forma geral, os serviços de combate e prevenção da doença ficaram comprometidos. Ao longo de 2020, estima-se que 17.227 diagnósticos deixaram de ser realizados no país, o que significa queda de 24,7% em comparação a 2019.

Em linhas gerais, isso quer dizer que milhares de portadores de câncer de pele devem iniciar o tratamento com atraso. Ou pior: a doença ainda nem foi descoberta pelos médicos, o que tem impacto direto nas chances de recuperação e cura.

De janeiro a junho deste ano, percebeu-se o movimento de retomada gradual do volume de atendimentos, contudo os números ainda são inferiores aos registrados na etapa pré-pandemia.

A divulgação desses dados coincide com o início da campanha Dezembro Laranja, organizada pela SBD, com o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos do câncer de pele. Além de estimular a adoção de hábitos cotidianos de fotoproteção, a iniciativa orienta a procurar o médico dermatologista se surgirem sinais ou sintomas suspeitos.





A retração do número de diagnósticos em 2020 tem relação com a COVID-19, acreditam os especialistas. Devido ao receio de contaminação pelo coronavírus em ambientes ambulatoriais ou hospitalares, milhares de pessoas postergaram exames e consultas. Além disso, serviços de saúde reorientaram as respectivas agendas, restringindo o acesso de pacientes ou mesmo limitando o atendimento a casos de COVID-19.

De acordo com números analisados pela SBD, com a consultoria da 360 CI, em 2020, foram realizados 52.527 diagnósticos para melanoma maligno da pele e outras neoplasias malignas da pele em todo o país. Esse número é 24,7% menor do que os 69.754 notificados em 2019.

Os piores índices foram observados em abril e maio do ano passado, imediatamente após a decretação de calamidade pública no país, com a queda de 51,7% e 57%, respectivamente, em termos de detecção.





A faixa etária mais prejudicada é aquela acima de 60 anos. Informações oficiais indicam que nesses grupos o déficit chegou a 11.906 casos absolutos na comparação entre 2020 e 2019.

Os estados com maior redução no número de notificações do diagnóstico da doença foram São Paulo (menos 4.115), Paraná (menos 2.838) e Rio Grande do Sul (menos 2.395). Em termos percentuais, destacam-se o Piauí, com queda de 46%, Mato Grosso, de 43%, e Mato Grosso do Sul, de 42%.

Por outro lado, houve aumento de diagnósticos em oito estados, com números significativos no Amazonas, Rondônia e Sergipe.

A SBD ressalta que os números podem não expressar a realidade epidemiológica do Brasil, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, devido a problemas de atualização das bases de dados, o que sugere um quadro de subnotificação.

Em 2021, dados e índices ainda não superaram os anteriores à pandemia, levando-se em conta sobretudo os registros dos meses de abril, maio e julho. Contudo, no confronto com o que foi realizado em 2019, esses números ainda estão 24% menores em termos globais.




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