Jornal Estado de Minas

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Sem telefone, água e toalete. Ninguém merece!

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Tenho enfrentado épocas que fragilizam qualquer pessoa, física e espiritualmente. Não fosse a vida o que é, às vezes os trancos são tão fortes que é preciso pedir auxílio ao frasco de água benta que recebi do padre Fernando, que por sinal acabou.





A semana que termina hoje trouxe com ela problemas que independem de nossa interferência. Escrevo esta coluna e meu telefone da Oi está mudo. Já recebi duas visitas de técnicos da empresa, que chegam, olham daqui, olham dali e não conseguem fazer nada.

Estive com o último cara a cara, perguntei pelas dificuldades, ele nada informou. Expliquei que preciso do serviço e ficou por isso mesmo. Estou há mais de 10 dias sem poder me comunicar com ninguém – já contei aqui antes. O técnico disse que avaliaria o problema na parte externa da casa e se mandou, não deu mais notícias. Isso me deixa irritadíssima, não tanto pela falta de comunicação, mas pela falta de respeito com o contribuinte.

Deixando a falta de telefone de lado, não desejo para ninguém a tal crise de virose que tive. É igual à Oi: finge que conserta, some e não conserta. Se você fica com fome e come, a agonia aumenta. E como a médica do Mater Dei que me atendeu recomendou mais de dois litros de água por dia, cumpro. E nada acontece. Curiosamente, parece que a desidratação foi embora, porque como não consigo me alimentar, o diabetes resolveu colaborar e baixou para menos de 100, o que é uma glória.





Como sou “paramédica”, não estou conseguindo nem sequer avaliar os sintomas emitidos pelo corpo. É claro que vou vencer a crise – só não consigo avaliar como e de que jeito.

Para completar os problemas já tão irritantes, fui parar no Fórum, intimada a participar de audiência do caso de um amigo. Não vou entrar em detalhes, porque não é legal e nem honesto. Só vou comentar é que mesmo quem vai depor enfrenta problemas que não consegue superar.

O Fórum, todos conhecem, é imenso. Quem entrou, entrou. E não tente sair, porque é complicado voltar. Resultado: fui parar lá pensando que por ser local público, de grande movimento e audiências demoradas, deveria contar com os confortos mínimos que existem em todos os lugares.

Acontece que o Fórum não tem uma lanchonete onde se possa comprar uma garrafa de água – e também não tem água. Quem quiser se hidratar deve voltar à rua e comprar a mineral num bar das vizinhanças. Como estava com muita sede, fui perguntar a um dos guardas que tomam conta do local onde poderia arrumar um pouco de água. Ele informou que só teria água se tivesse comigo uma garrafinha. Para colhê-la no bebedouro do andar, que tem água, mas não tem copinho de plástico. Quem conhece o Fórum leva sempre uma garrafinha para se defender. Já pensou?

E os toaletes? São dois em cada andar, cada um mais distante do outro, algo complicado para a pessoa de mais idade que vai lá. Num dos momentos de maior aperto, pensei em invadir uma sala daquelas e levar a lata de lixo que fica na porta, forrada com saco plástico, para me satisfazer. Não tive coragem – felizmente, fui liberada antes, depois de três horas de espera.





Chegando em casa, ligo a TV para descansar e dou de cara com a história do padre de São Benedito, bairro de Santa Luzia, que anda abusando das fiéis. Prestei atenção, mas, para ser leal, devo confessar: como sou da parte antiga, colonial, da cidade, não levo em consideração o bairro novo, apesar de saber que a renda arrecadada por lá ajuda muito a ala antiga, que praticamente não tem comércio.

Não estou querendo defender o padre, só não consigo entender como é que a mulher que se diz abusada sexualmente deixa que isso aconteça mais vezes, não caia fora. Uma das maiores graças que achei foi o depoimento de uma delas, que contou ao marido o que estava acontecendo e ele recomendou que ela fosse à polícia.

Pior ainda foi as que contaram que continuam deixando o padre fazer o que quer, porque ele paga. Como é o nome disso mesmo?


audima