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SAÚDE

Fique atento: Parkinson dá vários sinais antes da chegada dos tremores

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Um amigo muito querido teve Parkinson, se tratou e foi operado por Francisco Cardoso, que, entre outras coisas, é uma das figuras mais importantes do International and Parkinson Movement Disorder Society. Ele dá aulas e faz conferências em todas as capitais importantes do mundo, inclusive no Japão.





A doença não tem cura. Um dos brasileiros queridos que a tiveram foi o ator e diretor Paulo José, que morreu de pneumonia em agosto, aos 84 anos, e conviveu com o Parkinson por quase três décadas.

Workaholic confesso, apaixonado pela profissão, Paulo não parou de trabalhar. Aprendeu a lidar com a doença, que chamava de sua “coadjuvante de peso, nunca protagonista”. A busca pelo melhor tratamento para cada momento do Parkinson, a rede de apoio e o otimismo foram as armas dele na batalha contra a enfermidade. Em 2014, o ator chegou a interpretar um parkinsoniano na novela “Em família”, da Globo.

A doença é causada pela degeneração progressiva dos neurônios que produzem dopamina, neurotransmissor que ajuda na comunicação entre as células nervosas e é essencial para o controle dos movimentos dos músculos.





A ausência da dopamina causa movimentos involuntários de braços, pernas e cabeça, os chamados tremores, que nem sempre são o primeiro sintoma de Parkinson. Na maioria das vezes, antes desses tremores, a pessoa desenvolve bradicinesia. “É a lentificação dos movimentos, quase sempre de um lado só do corpo, geralmente nas extremidades, como mãos e pés. Já é um sinal motor”, explica Hélio Osmo, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica.

Osmo observa que o tremor não é exclusividade da doença de Parkinson. “Inúmeras doenças neurológicas provocam tremor, então é preciso que o neurologista especializado em distúrbio do movimento analise o caso para fechar o diagnóstico”, recomenda.

Mesmo antes da lentificação dos movimentos, o paciente pode apresentar outros sintomas dificilmente relacionados ao Parkinson. “Neurologistas costumam chamar esse período de ‘lua de mel da doença de Parkinson’. São sinais como depressão, ansiedade, distúrbios do sono e até problemas de retenção urinária”, detalha o especialista.





Como o diagnóstico é essencialmente clínico, feito após o descarte de outras patologias, o conselho é procurar o neurologista sempre que surgirem tremores involuntários (mesmo em repouso), rigidez muscular, andar mais lento e arrastado, perda de expressão facial, depressão, ansiedade, dores musculares e constipação.

A doença de Parkinson atinge 1% da população mundial acima dos 65 anos, o que representa cerca de 8 milhões de pessoas. No Brasil, as estimativas registram cerca de 700 mil portadores da doença, que é crônica e progressiva. Ela atinge principalmente a terceira idade – em geral, surge a partir dos 60/65 anos.

Quando o Parkinson se manifesta precocemente, a progressão é mais lenta. Quando surge a partir dos 75/80 anos, evolui mais rapidamente para estágios mais avançados

Terapias ajudam a controlar os sintomas, permitindo ao indivíduo continuar exercendo suas atividades. O tratamento com medicamentos estimula a oferta de dopamina, aumentando sua presença ou evitando sua degradação, além da deterioração das funções cerebrais.

Os remédios não curam, mas melhoram a qualidade do tempo do paciente ao lado de amigos e familiares, além de sua capacidade produtiva. Recomendam-se também outros recursos terapêuticos, como fisioterapia, cirurgia e até o implante de um dispositivo cerebral que reduz os tremores e a rigidez muscular.




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