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E hoje, quando o terrível ano 2020 terminar, o que se pode esperar?

Em casa, sem participar de nenhuma festa de réveillon, espero que tenhamos tempos melhores. Até por que, pior, não pode ser


31/12/2020 04:00


A alegria reinou em minha casa na noite de Natal. Sobrinhos que vieram do Rio completaram a família local e os que estavam em outros países foram festejados através de celular. Sempre fui presença nos bailes de réveillon da cidade, no Iate ou no Automóvel Clube, este com a participação da sociedade local. No começo, o lança-perfume era tão comum quanto no carnaval, depois que entrou para a lista dos “cheiros” proibidos, saiu do mapa. E para dar meu testemunho pessoal, nunca vi ninguém viciado no lança. Passada a época em que era comum, entrou para a proibição, era droga. Curiosidade: quando entrei aqui para o Estado de Minas, pelas portas do saudoso Diário da Tarde, o Rodouro era comprado nas caixas e chegava em nossas mãos sem nenhum problema.

Por gostar muito das festas da última noite do ano, passei várias delas em outros países. A pior foi em Santiago, no Chile. Um casal de brasileiros em companhia de outros turistas, em uma mesa comum, não tinha a menor graça. E a festa também não tinha graça nenhuma, promovida na área que de dia era ocupada pelos frequentadores da piscina.

Em compensação, os americanos davam festas curiosas, por sua curta duração. Explodidos os balões que caíam do teto das salas à meia-noite, os foliões davam no pé. Em um deles, realizado em um prédio muito alto, em Times Square, com salão rotativo, era possível ver tudo que acontecia na muvuca lá embaixo. Depois da meia-noite, cantou-se um hino evangélico e todos deram no pé. Lá em baixo, ganhei de alguém uma fita repleta de balões prateados, que levei comigo até o hotel, que não era longe. A noite estava agradável, dava para ir a pé. No dia seguinte, olhei pela janela de manhã e a Avenida Madson estava coberta de neve, tinha até esquiador aproveitando a primeira manhã do dia, numa das avenidas mais movimentadas da cidade.

Em outro ano, fomos passar o último dia do ano na Tavern in the Green, em pleno Central Park. Lugar chiquíssimo, salão e todo aquele cerimonial para ocupar a mesa e brindar a data com muito champagne. Depois da música para dançar à meia-noite, foi hora de tirar o time, não dava para ficar. E, ao chegar ao hotel, outra surpresa: o bar do lobby, que era nosso ponto de encontro, estava hermeticamente fechado.

A terceira e última vez foi a pior de todos: amigo nos convenceu que do apartamento onde a tia morava via-se tudo que acontecia na cidade e que o rega-bofe era pra lá de legal. Nada disso aconteceu, o lugar era muito longe, encontrar táxi na noite de réveillon era uma tragédia e tudo ficou como d'antes. Réveillon mesmo ninguém viu. Mas como estavam os amigos presentes, valeu a viagem, o desperdício da data.

Uma curiosidade de Nova York é que, na manhã do dia primeiro, quem usa árvore de Natal verdadeira retira os enfeites e joga a pobrezinha na rua, em pleno passeio. Então, é preciso desviar da neve e do entulho nas áreas de circulação. Parece que ninguém se preocupa com a cidade – mas a civilização faz com que, na mesma tarde do dia primeiro e até no dia seguinte, o passeio estará completamente livre.

E hoje, quando o terrível ano 2020 termina, o que se pode esperar, em casa, sem participar de nenhuma festa de réveillon, é que teremos tempos melhores.

Até por que, pior, não pode ser. 

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