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Estado de Minas

Diabetes em adolescentes exige atenção redobrada

Família deve estar atenta à tristeza do paciente, baixa de energia, falta de concentração e se ele se cansa facilmente


28/12/2020 04:00


 
Outro dia, li não sei onde a entrevista de uma pessoa dizendo que sua vida tinha acabado, porque soube que estava com diabetes. Liguei meu sistema de simpatia, mas ativei também outro, aquele que faz com que as pessoas aprendam a viver com o que recebem da vida – e do corpo. Como tenho diabetes há mais de 30 anos, e convivo com ela numa boa, acho que estar perdida no mundo por causa dessa doença é uma grande tolice.
 
Meu médico, já contei aqui, é Walter Caixeta Braga, que me trata ao longo de todo esse tempo. Estive lá no meio do mês e escutei dele o de sempre: estou legal. Mas sigo suas recomendações com toda a paciência. Como, por exemplo, dosar a glicose todas as manhãs, para saber a quantas anda. E, depois dessa pandemia dos infernos, tomar todas as noites uma picada de insulina para reforçar os quatro comprimidos que tomo todos os dias. Eles foram recomendados porque já estava com o saco cheio de levar três picadas de insulina por dia. Pedi arrego e o doutor Caixeta me recomendou os comprimidos, que deram conta do recado. Mas, nos últimos meses, ele reforçou o tratamento com uma picada noturna de insulina.
 
É chato? É, mas é também segurança. Mesmo assim, de vez em quando tomo minha cerveja sem preocupação e como um ou outro doce sem sentir que estou me matando. No meu caso, diabetes não é sentença de morte, pois pode ser controlada.
 
A do tipo 1, de nascença, é mais complicada e realmente pode ser um perigo de vida. Quanto à do tipo 2, ela dá praticamente em adultos e uma das preocupações dos médicos é quando a busca por emagrecimento – conhecida como diabulimia – se transforma em problema, principalmente para as mulheres que desejam perder peso. Principalmente quando a pessoa pula ou deixa de tomar a dose de insulina com o objetivo de emagrecer.
 
A insulina é danada para aumentar peso. Tenho experiência também desse lado. Como era supermagra, fui levada por Austregésilo de Mendonça para fazer tratamento de choque para engordar no Santa Maria. Engordei mesmo, em um mês e tomando um choque por dia. Mas a gordura não durou muito tempo. Agora, nesta época de pandemia, como tomo a minha picada noturna de insulina, não consegui emagrecer nem um quilo, apesar de não comer quase nada.
 
Transtornos alimentares caracterizados por alterações no comportamento alimentar são acompanhados de problemas físicos e psíquicos para quem sofre de diabetes. Em jovens com diabetes tipo 1, são duas a três vezes mais frequentes – a bulimia nervosa é a mais comum. Já no diabetes tipo 2, o transtorno mais frequente observado é a compulsão alimentar, que atinge cerca de 34,8% das pessoas.
 
A diabulimia é mais recorrente entre pré-adolescentes, adolescentes e jovens adultos que têm diabetes tipo 1, pois quando a pessoa começa a tomar insulina, muitas vezes recupera parte do peso perdido inicialmente em decorrência da doença. Ao deixar de tomar as doses de insulina corretamente, há a eliminação de calorias por meio da urina.
 
As pessoas com diabetes geralmente não conseguem basear suas escolhas apenas em sinais e desejos convencionais de fome, pois precisam de alimentos para ajudar a equilibrar os níveis de glicose no sangue. 
 
Isso tudo pode causar insatisfação com o peso e a imagem corporal, levando a pessoa a querer manipular a dose de insulina na tentativa de perder peso.
 
É claro que quando a doença aparece em adolescentes, a família tem de ficar de olho em alguns sintomas, para evitar riscos: humor triste, baixa de energia, falta de concentração, cansaço fácil, recusa a comer nos horários, resistência ao ato de aplicar insulina na frente de outras pessoas e o diabetes sempre mal controlado.
 
A recomendação é de que, no caso de adolescentes, o tratamento seja feito por equipe multidisciplinar treinada em transtornos alimentares e diabetes, composta por endocrinologista, psicoterapeuta especializado em terapia cognitiva comportamental, nutricionista e até psiquiatra.

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