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Especialista desfaz tabus em torno da psoríase

Doença da pele não é contagiosa, afirma a dermatologista Paola Pomerantzeff. Tratamento engloba medicamentos, assistência psicológica e hábitos saudáveis, como a exposição ao sol


28/09/2020 04:00


 
Nesta época tenebrosa que estamos vivendo, novidade é descobrir qual doença não sofre o impacto da pandemia. A saúde emocional influencia da unha do pé às doenças de pele. A psoríase é uma delas.
 
“Causada por fatores genéticos e agravada pelo estresse, falta de exposição solar e agressores ambientais, a psoríase é uma doença autoimune e crônica caracterizada pelo surgimento de lesões descamativas e avermelhadas na pele”, explica a médica Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
 
De acordo com estudo publicado em junho na revista médica JAMA Dermatology, os sintomas da psoríase estão ligados à saúde mental. “Apesar de ser doença benigna e não contagiosa, ela pode gerar um impacto significativo na qualidade de vida e na autoestima do paciente, atrapalhando-o física, psicológica e socialmente”, destaca a médica.
 
A pesquisa aponta que os sintomas cutâneos da psoríase aumentam em 32% o risco de depressão e ansiedade, podendo levar até mesmo ao suicídio. A seguir, a dermatologista Paola Pomerantzeff explica detalhes da doença.
 
Sintomas físicos – Muitas pessoas pensam que a psoríase é contagiosa. “Se uma em cada três pessoas que você encontra na rua vai ter essa visão de sua pele, isso é realmente difícil de enfrentar. A psoríase pode isolar o paciente socialmente, fazendo com que as pessoas se sintam ansiosas e deprimidas”, diz a dermatologista.
 
Psoríase não é contagiosa. “É uma doença autoimune comum. O corpo reconhece uma proteína normal da pele como anormal e tenta se livrar dela fazendo a pele descamar. Isso resulta em placas grandes, espessas e escamosas que racham e sangram, podendo ser dolorosas e causar coceira”, explica a médica Paola Pomerantzeff.
 
Entre as áreas de impacto mais sensíveis estão couro cabeludo, rosto, genitais e unhas. O início típico se dá na idade adulta jovem, mas há relatos de bebês e até de uma paciente na casa dos 80 anos que experimentou a psoríase pela primeira vez depois que a irmã morreu. Pessoas que enfrentam eventos importantes na vida têm maior risco de desenvolver a doença. “Pacientes com psoríase relatam níveis mais elevados de estresse. Existe uma relação cíclica”, observa.
 
Há vários tratamentos para a doença. “Pode levar semanas ou meses para ver os resultados. Quando é localizada, as pessoas gostam de medicamentos tópicos, que diminuem o crescimento do excesso de células da pele. Mas eles podem não funcionar para alguns pacientes, especialmente se várias áreas forem afetadas”, explica a dermatologista.
 
Comprimidos podem reduzir a resposta imunológica hiperativa, mas alguns provocam sintomas gastrointestinais. “Os medicamentos injetáveis, chamados biológicos, são altamente eficazes, mas caros, e podem tornar as pessoas um pouco mais suscetíveis a infecções, pois diminuem a atividade imunológica no corpo”, diz a médica. Mais recentemente, a fototerapia UV e probióticos foram adicionados com sucesso à lista de tratamentos. A exposição solar segura é capaz de prevenir a psoríase e aliviar os sintomas da doença.
 
O médico deve orientar a pessoa a buscar ajuda psicológica. “Quando um paciente tem psoríase significativa, há mais coisas acontecendo do que posso ver. Ele é mais propenso a diabetes e doenças cardiovasculares, com maior risco de mortalidade. É preciso pensar em seu bem-estar emocional. Quando alguns pacientes estão estressados, a psoríase piora”, diz a doutora Paola.

Efeitos mentais – Doenças de pele são observáveis, o que representa um desafio para a saúde mental. “As pessoas podem ficar olhando e isso faz com que o paciente se sinta estigmatizado, evitando sair ou ir à praia”, conta a médica. A intensidade da angústia está frequentemente (mas nem sempre) ligada ao grau de gravidade da psoríase.
 
“Uma área relativamente nova de pesquisa em dermatologia levanta a hipótese de que se você teve psoríase realmente ruim em uma idade jovem e foi socialmente isolado, isso pode afetar sua vida social mais tarde, mesmo que a pele melhore”, observa a especialista. O ideal é que a ajuda psicológica auxilie a controlar o estresse e a interpretar corretamente as interações sociais com as quais a pessoa lida por causa de sua pele”, conclui Paola Pomerantzef 

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