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Nossa saúde depende do bem-estar do planeta

Alterações climáticas aumentaram a incidência de ataques cardíacos, doenças infecciosas e depressão, entre outros males


postado em 05/05/2020 04:00 / atualizado em 04/05/2020 20:02


O encontro de líderes durante o Fórum Econômico Mundial, realizado há alguns meses em Davos, na Suíça, trouxe discussões preocupantes sobre o impacto das mudanças climáticas na economia do planeta. Porém, não é apenas nessa área que o ambiente interfere. Ele pode ser responsável por alterações críticas em nossa saúde, adverte Marcelo Sampaio, cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo. “Estudos comprovam o quanto as mudanças climáticas são prejudiciais ao nosso organismo”, afirma.

As atividades humanas aumentaram a presença de gases ligados ao efeito estufa, como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, na atmosfera. Isso resultou no aumento da temperatura média da Terra. Cientistas da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos confirmaram que a década passada foi a mais quente da história. Em 2019, tivemos as mais altas temperaturas desde 1880, quando o registro começou.

Sampaio lembra que o coração é severamente afetado pelas variações extremas de temperatura. “Vemos aumentar ataques cardíacos, arritmias e alterações de pressão trazidos pelo clima. Altas temperaturas também causam problemas respiratórios e reumatismo, trazendo consequências psicoemocionais, com altos níveis de estresse e tensão”, exemplifica.

O aquecimento global aumenta a temperatura da água, facilitando a transmissão de patógenos nesse meio. O clima mais quente, explica Marcelo Sampaio, favorece a sobrevivência e a conclusão do ciclo de vida de vetores de doenças, como é o caso do mosquito transmissor da dengue, chikungunya, febre amarela e doenças virais.

O clima vai interferir cada vez mais em nossa saúde. A elevação da temperatura terrestre aumenta o registro de pacientes com desidratação. Também causa arritmias cardíacas e falências renais, ampliando os quadros infecciosos e alterando a pressão. Isso atinge principalmente as pessoas idosas. Há comprovação do aumento da mortalidade durante ondas de calor, devido a complicações em pacientes com doenças crônicas.

Por outro lado, o frio, registrado principalmente na Europa e na América do Norte, aumenta a ocorrência de infarto, trazendo também problemas para as articulações e angina, além de acelerar processos reumáticos.

A falta de chuva, ocasionada pelas mudanças climáticas, acelera a secura e, consequentemente, a piora da qualidade do ar, causando problemas respiratórios. Enchentes, inundações, furacões, ciclones e seca extrema provocam problemas psicoemocionais – estresse, tensão e depressão –, causando também doenças contagiosas devido à água contaminada. Cólera, malária, tifo e outras infecções atingem um grande número de pessoas.

Depois de inundações, são relatados casos de leptospirose e infecções por criptosporidiose, que causam dores abdominais, diarreias, vômito e outros problemas sérios.

Marcelo Santiago avisa: além da nossa saúde, precisamos cuidar do bem-estar do planeta. “Os efeitos do aumento da temperatura incluem a degradação do solo, trazem prejuízos à biodiversidade, reduzem os recursos hídricos, acidificam os oceanos e promovem o esgotamento do ozônio estratosférico. Tudo isso tem impacto em nossa vida, pois temos um organismo vulnerável”, conclui o especialista.

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