Jornal Estado de Minas

COMPORTAMENTO

Vida do faz de conta alimenta o mercado da ostentação

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Fui aprendendo com o tempo que a idade não serve para acabar com implicâncias. Na realidade, até as aumenta. Venho aprendendo isso diariamente e fico pensando se seria assim se eu fosse mais nova, época em que era avaliada como prafrentex. Há coisas que deveriam passar despercebidas, mas, uma vez aliadas, significam a mudança da cultura através dos tempos.



 

Por exemplo: gosto muito das notícias da CNN, mas não imagino em outras épocas apresentadores de jornais importantes dizendo, antes de cada notícia, “a gente” isso ou aquilo. Ou então usando “né” como vírgula, isso é tão comum e atual que ninguém presta mais atenção. Tenho verdadeiro horror de tatuagem, mas em minha família os mais novos aderiram ao modismo. Fico só pensando o que será desses tatuados totais quando ficarem mais velhos e as imagens começarem a se borrar com a flacidez da pele.

 

Outra coisa que não suporto e não consigo entender é como a privacidade, que sempre foi muito importante na vida das pessoas, se transformou totalmente com o advento do celular. No geral, não existe mais privacidade. O bacana, o atual, o geral é expor totalmente a vida ao acesso de todos. Mais importante dessa mania é que, com isso, foram criadas duas vidas: a real, com as restrições que existem para todas as pessoas, e a vida de fantasia, como os patetas gostariam que ela fosse. Na maioria dos casos, pessoas que não têm onde cair mortas, para citar avaliação antiga, colocam no celular toda a imaginação de fatos criados por raras situações.

 

A graça da minha implicância é que esse tipo de comportamento não é nosso. Existe, e muito, nos Estados Unidos, onde a vida do faz de conta está em alta. Experiências “milionárias” são possíveis. Para saciar o desejo de muitos de entrar em um carro luxuoso, fazer um passeio de helicóptero apenas para chegar e sair do evento, fazer uma festa em iate milionário, entre outros serviços, o empresário Mark Pugachev oferece uma gama de opções para quem deseja se sentir uma completa celebridade.



 

Esse serviço norte-americano está em crescimento, e a ostentação gera um mercado milionário. “Muitos  cli- entes são empresários e influenciadores, mas a maioria são pessoas que amam carros e aproveitam todas as oportunidades para testá-los. Trabalhei duro nos últimos cinco anos para estabelecer conexões com celebridades e influenciadores para merecer sua confiança. Foi assim que construí minha reputação. Cantores, celebridades e até atletas profissionais, como Hanna, Egor Kreed, Victoria Bonya, Mia Khalifa, Gianluca Vacchi e Svetlana Kuznetsova, foram muito atendidos por minha empresa. Valorizo cada cliente, não importa quão famoso ele ou ela seja. Valorizo todos eles”, diz Pugachev.

 

Por mais que pareça estranho para as classes mais baixas, muitos milionários procuram pelos chamados brechós de luxo a fim de investir dinheiro em outras oportunidades. De acordo com o relatório de consumo de luxo da Boston Consulting Group, BCG – Altagamma True – Luxury Global Consumer Insight 2019, publicado pelo Valor Investe, a compra e venda de produtos de luxo de segunda mão entre milionários e bilionários cresce 12% ao ano. Esse comércio já representa 7% do mercado de luxo.

 

Mark Pugachev explica algumas curiosidades do negócio: “Muitos alugam para chamar a atenção das outras pessoas, isso é fato. Às vezes, os carros são alugados para uma sessão de fotos ou um casamento como acessório. Fico feliz em ver o sorriso causado por essas emoções.”