
A cirurgia bariátrica é considerada uma alternativa para pacientes que sofrem com a obesidade e outras comorbidades que afetam a saúde. Apesar de a maioria conseguir emagrecer, há casos em que ocorre o (re)ganho de peso. Dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCM), relativos a 2017, indicam que 15% das pessoas que passaram pelo procedimento não conseguiram manter os resultados obtidos cinco anos depois da operação.
Essa situação é conhecida como recidiva da obesidade. O retorno significativo do peso se deve a diversos fatores: sedentarismo, ingestão de alimentos calóricos, perda de foco no tratamento e até mesmo causas mais sérias, como distúrbios psicológicos e emocionais.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública do planeta. Por isso, medidas para alterar esse quadro se tornaram urgentes. A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) adverte: em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos terão sobrepeso e mais de 700 milhões serão obesos. O Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias bariátricas. O primeiro lugar é dos Estados Unidos.
Craque na área, tanto em Minas quanto no restante do país, Marcus Martins da Costa é responsável pelo experiente grupo da Rede Mater Dei de Saúde voltado para o tratamento da obesidade. “São mais de 30 anos realizando cirurgias bariátricas, com média de 180 pacientes por mês, atualmente. Esse trabalho é feito por uma equipe unida, o que se reflete em resultados cada vez melhores”, conta Martins.
No Mater Dei, o paciente tem acesso ao tratamento completo, com cirurgiões e anestesistas capacitados e bloco munido de equipamentos de última geração para a cirurgia videolaparoscópica, além de salas inteligentes onde procedimentos são realizados com a maior precisão possível.
“Hoje, temos a personalização do paciente. Exames e formas de tratamento são diferentes para cada pessoa, cabendo ao médico a escolha da melhor opção para ela”, explica Martins. Esse tratamento é multidisciplinar. Envolve cirurgião, psicólogo, nutricionista, endocrinologista, fisioterapeuta, pneumologista e cardiologista. É realizado nos períodos pré e pós-cirúrgico.
De acordo com Marcus, a cirurgia bariátrica, independentemente da técnica utilizada, é indicada para pacientes com obesidade mórbida ou obesidade grau 3 (IMC maior ou igual a 40) que não apresentem possibilidade de tratamento clínico. E também para quem tem obesidade moderada ou grau 2 (IMC entre 35 e 39,9) e apresenta outros problemas, como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial sistêmica e doenças ortopédicas que limitam a movimentação.
“Outras patologias associadas à obesidade moderada podem ser indicativas da necessidade da cirurgia bariátrica. Por isso, a avaliação criteriosa de um especialista é imprescindível”, destaca Martins. Atualmente, há expressiva indicação do procedimento para obesos com diabetes, por exemplo. Por outro lado, a cirurgia pode ser contraindicada nos casos de abuso de drogas ilícitas, abuso de álcool e condições psicopatológicas graves.
Atualmente, os dois procedimentos mais empregados são a gastrectomia vertical (sleeve) e o desvio gástrico em Y de Roux (bypass gástrico), realizados por videolaparoscopia. “As técnicas estão cada vez mais avançadas. Atualmente, a cirurgia de vesícula biliar e a cirurgia bariátrica têm o mesmo risco, desde que realizadas em centro de referência com toda a tecnologia disponível”, explica o especialista do Mater Dei.
Marcus Martins da Costa chama a atenção para o fato de a cirurgia ser apenas uma parte do processo que envolve a perda de peso. “É muito importante o acompanhamento pré e pós-operatório, com exames periódicos de rotina e a orientação nutricional periódica com suplementação de vitaminas durante o primeiro ano do pós-operatório. Pacientes bem acompanhados no pós-operatório têm chances de cerca de 90% de manter o peso saudável”, conclui.