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Mulher esportista deve ficar atenta às particularidades de seu corpo

O risco de lesionar articulações específicas é maior entre as atletas, se comparadas aos homens


postado em 16/11/2019 04:00 / atualizado em 16/11/2019 10:28

A explosão de participação atlética feminina coincidiu com o reconhecimento de que as mulheres têm características anatômicas, fisiológicas e biomecânicas únicas. Elas não deixam nada a desejar em relação ao desempenho esportivo dos homens, respeitadas as devidas proporções. A participação feminina é crescente nas competições esportivas amadoras e profissionais. Estatísticas mostram que, mesmo em diferentes modalidades, há, anualmente, o aumento de 25% a 30% de mulheres praticando atividades físicas, enquanto os homens mantêm a média crescente de 5% ao ano. A maioria da literatura apoia a crença de que as taxas de acidentes são específicas do esporte, e não relacionadas ao gênero. Porém, as mulheres têm mais em risco de lesionar algumas articulações.

As diferenças anatômicas são importantes: em geral, as mulheres são de 7cm a 10cm mais baixas e 12kg a 15 kg mais leves do que os homens. Elas tendem a ter menos volume de massa muscular e estrutura óssea menor, além da pelve mais ampla e larga. Isso resulta em diferenças de alinhamento e biomecânicas, especialmente nas extremidades inferiores. A combinação desses fatores é a razão para as mulheres sofrerem maior incidência de lesões no joelho, por exemplo, como a síndrome patelo femoral (condropatia – desgaste da cartilagem) e lesões de LCA (ligamento cruzado anterior). Todas são lesões sem contato. A maioria delas ocorre em mulheres que participam de giro e salto nos esportes, além de impacto. Na verdade, lesões do LCA em atletas do sexo feminino são oito vezes mais comuns do que os seus homólogos masculinos, causando 80 mil acidentes por ano.

Há forte associação entre a lesão e o desenvolvimento de osteoartrite e artrose, também com maior incidência em mulheres. Diferenças hormonais desempenham papel chave nesse processo, particularmente em mulheres que entram na menopausa, começam a ter redução das taxas, não praticam esportes de forma orientada e nem fazem reposição. O estrogênio tem um papel na resistência do osso e na frouxidão dos ligamentos, também interferindo no sistema nervoso.

O público feminino está sob o risco da “tríade da mulher atleta”, ou seja, a combinação de transtornos alimentares, ciclos menstruais anormais e desmineralização óssea. Se os ossos não são fortes e estão sujeitos a aumento do estresse, particularmente durante a corrida e saltos, aumenta a probabilidade de fraturas por estresse, lesão muito mais comum em mulheres atletas.

Irregularidades menstruais são sinal de problema. Alguns estudos mostram que até 66% das atletas tiveram ciclos menstruais irregulares, em comparação com 2% a 5% da população em geral. E 92% de conteúdo mineral ósseo total é alcançado antes dos 18 anos. Se a causa da perda óssea não é detectada e tratada precocemente, torna-se irreversível, provocando baixo teor mineral ósseo ao longo da vida.

A combinação de braços mais curtos, menos massa muscular e aumento da frouxidão ligamentar (articulações soltas) aumenta o risco de lesões no ombro. Esportes gerais, como vôlei, handebol e basquete, exigem o uso repetitivo dessas estruturas. Tendo dois terços do poder absoluto e da força dos homens, a musculatura feminina leva à fadiga mais rapidamente e, muitas vezes, à mudança subsequente na mecânica, o que reforça as estruturas articulares e contribui para lesões por overtraining.

As mulheres podem reverter essas diferenças. O primeiro passo é a educação e a conscientização. Na última década, realizaram-se pesquisas significativas para compreender as influências que afetam as lesões. Se taxas de acidentes para atletas masculinos e femininos fossem iguais, as mulheres poderiam evitar as complicações de longo prazo, tais como osteoartrite e osteoporose.

Dieta bem equilibrada com o uso de suplementos, se necessário, é parte importante da prevenção. Níveis adequados de cálcio e vitamina D são fundamentais para a saúde dos ossos. Fortalecer os músculos melhora tanto a força quanto o equilíbrio e a coordenação. Um tipo de treino neuromuscular tem-se mostrado particularmente eficaz na prevenção de lesões. O controle neuromuscular do quadril, tronco e joelho é baseado no controle proprioceptivo (equilíbrio). É importante treinar as diferentes partes do corpo e fortalecê-las para mandar ao cérebro informação e feedback positivos. Procure um especialista em casos de persistência de sintomas e dúvidas.

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