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Avanços da licença-paternidade chegam em boa hora

Na Finlândia, o pai tem nove semanas para cuidar do filho. Câmara Municipal de São Paulo ampliou o benefício para 20 dias


postado em 10/09/2019 04:00 / atualizado em 09/09/2019 17:41


Família grande é assim: espalha-se pelo mundo afora e você fica sabendo de condições de vida totalmente diferentes da nossa. Tenho sobrinho morando na Finlândia, onde se casou e teve um filho lindo. Eles vieram me visitar há uns dois anos. O menino, Théo, então com quase 1 ano, é fruto de uma criação totalmente diferente. A novidade começou quando procurei um berço para ele dormir. Achei, mas não era preciso. A família viaja com um berço absolutamente prático oferecido pelo governo, que pode ser desmontado dentro da mala.

Após o parto, a mãe pode ficar com o filho durante três anos, numa boa. Depois desse tempo, o pai tem direito a nove semanas para cuidar da criança, recebendo 70% do salário integral. Théo só usava roupinhas que a família ganhou na famosa “caixa materna”, que a mulher recebe quando fica grávida. Trata-se de uma caixa de papelão que pode ser usada como berço. Ela chega com um colchão e todo o enxoval necessário para o bebê.

Essa caixa-berço tem uma explicação: quando a Finlândia era pobre (atualmente é o segundo melhor país para se morar; o primeiro é a Noruega), as crianças morriam muito devido à precariedade dos berços.

Meu pequeno sobrinho finlandês, hoje com 3 anos, é criado dentro das regras do país: brinca fora de casa quando o clima permite; o berço fica na varanda do restaurante, criada exatamente para permitir aos pais sossego para se alimentarem ou comemorarem; vai para a escola andando, debaixo do maior frio. Adora música, gosta de cantar em português. Mandei para ele uma gaita que adora tocar, e ela não é de brinquedo. Na época do Natal, Théo fica na esquina perto de casa (dentro de uma praça fechada) ao lado do Papai Noel, pedindo esmolas.

Já contei aqui como ele morria de calor em sua temporada mineira: deitava-se de fralda no chão frio de pedra, adorava o refresco. O menino já vai à escola, e, claro, aproveita muito bem o tempo em que, recém-chegado à vida, pode curtir a companhia dos pais. Quando sabe que vai ter contato comigo por meio de vídeo, canta uma musiquinha, toca a gaita e fala meu nome...

Quis falar sobre a formação da família na Finlândia por causa da licença que é concedida aos pais por empresas públicas e por aquelas ligadas ao governo. No Brasil, a licença é de cinco meses para as mães e de cinco dias para os homens. Causou muito interesse o fato de a Câmara Municipal de São Paulo ter aprovado, no último dia 4, projeto de lei que estende a licença-paternidade dos servidores públicos para até 20 dias. Esse período já ocorre nas empresas privadas, a ideia é de que funcionários públicos fiquem com os filhos, dando suporte não só ao bebê, mas principalmente à mãe.

Será possível avaliar como a presença do pai pode auxiliar a mãe no período pós-parto, qual é o impacto disso na vida do bebê, se a presença do pai pode cooperar para que a mulher não desenvolva depressão pós-parto. Resumindo: é fundamental valorizar a importância dessa medida para a família de modo geral.

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