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Estado de Minas

Todo cuidado é pouco


postado em 28/06/2019 04:00 / atualizado em 27/06/2019 19:13

 

 

Sou do tempo em que a cirurgia plástica passou a ser conhecida e usada no país, e a procura para reformas e retoques acabou criando um mineiro milionário no setor, o internacionalmente conhecido Ivo Pitanguy. Sou do tempo também em que as aplicações de diversos tipos de substâncias pouco conhecidas passaram a ser um recurso para retoques sem necessidade da plástica total e muitas mulheres corriam em busca de preço. Um dos destinos mais escolhidos era Niterói, onde um suposto cirurgião aplicava injeções de metacril, que provocavam efeito imediato de sucesso e efeito atrasado e tragédia, uma vez que o produto escorria, não ficava no local injetado e não tinha possibilidade de ser retirado.

Era preciso esperar meses para que o organismo absorvesse o engano. E quem não conhece casos de polícia em que a operação, feita em clínica não habilitada, levava a paciente ao cemitério? Levar a vaidade acima da responsabilidade costuma provocar sérios problemas quando há insistência para se submeter a esses tipos de retoques sem muita informação. O cirurgião Pedro Nery Barsan, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, que faz parte da equipe médica do Hospital Madre Teresa, aborda o assunto: “Um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) revelou que cresceu a demanda pelas cirurgias. O Brasil ocupa o segundo lugar mundial em números de cirurgias plásticas estéticas entre jovens e adolescentes, atrás apenas dos EUA. O país não é respeitado somente pelos números, mas também pela qualidade, segurança e inovação em procedimentos cirúrgicos com técnicas e abordagens próprias que são difundidas para o mundo. As intervenções para fins reconstrutores ou puramente estéticos avançaram 23% e 8%, respectivamente, comparando-as com 2014. O desejo e resultados devem estar associados diretamente à importante identificação de um profissional qualificado e responsável. É preciso alertar que o número de pessoas sem a correta qualificação e/ou habilitação profissional cresce à medida que aumenta também a preocupação dos brasileiros com a aparência. É fundamental atenção com os procedimentos estéticos invasivos ou cosmiátricos, pois somente podem ser executados com indicação médica, ou seja, por especialistas em dermatologia e/ou cirurgia plástica. Para confirmar se o médico é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, por exemplo, ele deve ser localizado na plataforma de busca que se encontra no site da instituição.

Para a verificação, a pessoa deve ter nome completo, ou parcial, ou estado de atuação. Os primeiros registros de cirurgia plástica ocorreram por volta do século 6, na região em que hoje está situada a Índia. Alguns procedimentos atuais já eram citados em documentos dessa época, como, por exemplo, o uso da pele na testa para reconstrução nasal, visando, inicialmente, reparar a aparência das pessoas que tiveram os narizes cortados como punição por crimes. Apesar desse tipo de punição não ser mais comum, o procedimento ainda é bastante usado por quem perdeu o nariz ou parte dele decorrente de cânceres, traumas ou uso de cocaína, por exemplo. Conforme dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o Brasil tem mais de 5,9 mil cirurgiões plásticos, sendo o profissional responsável por melhorar a autoestima e promover o bem-estar ao contribuir, não apenas com a aparência externa, mas auxiliando no equilíbrio geral das pessoas. Os benefícios da cirurgia plástica vão muito além da questão estética ao devolver a autoestima e promover uma espécie de proteção no cérebro, afastando problemas relacionados à autoimagem, como a depressão. Também auxilia na recuperação de doenças e aspectos funcionais do corpo que podem ser corrigidos ou melhorados com procedimentos cirúrgicos. É importante ressaltar que os procedimentos estéticos devem ser feitos por um cirurgião credenciado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e em clínica qualificada. É preciso praticar cirurgia plástica como especialidade médica, respeitando os princípios éticos profissionais e priorizando sempre o ser humano com sua segurança, saúde e satisfação. Estudar, pesquisar e, sempre que necessário, buscar inovações e técnicas, aproveitando, constantemente, a experiência para melhor atender às particularidades de cada pessoa, focando no melhor resultado”.

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