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Preço de viver muito


postado em 08/05/2019 05:08 / atualizado em 08/05/2019 07:22


Como diz a Bíblia, “a cada dia, basta a sua provação”. Só que esta constatação não fica só com o livro da fé cristã, fica no dia a dia das pessoas que chegam ao que os costumes chamam de “meia idade”. Estou totalmente mergulhada nela e, como avalio bem as coisas, a cada dia descubro mesmo uma nova provação. E quem já passou dos 80, como eu, sabe bem o que é isso. Quando minha audição começou a diminuir, fui toda bacana comprar um aparelhinho que devia ser colocado dentro do tubo auditivo e valia ficar lá até em caso de a pessoa nadar. Meu ouvido não deu para a coisa – fui parar na Audium, que se incumbia desse tipo de novidade, e saí de lá com o habitual: um contato para um lado e outro para o outro lado do ouvido. Com toda aquela complicação que não tenho a menor paciência para seguir: é preciso limpar a possível gordura do ouvido, com uma pecinha e colocar outra, que é a que faz o ouvido escutar. Comecei a mil por hora, achando uma maravilha – depois cansei daquela obrigação diária, por não estar mais acostumada a ouvir tanto barulho.

Sinto que fico marginalizada em alguns encontros com amigos, ainda mais quando o ouvido mais próximo de quem fala é o esquerdo. Vou lá no posto, vez por outra, para medir a audição e colocar os aparelhinhos, que não têm fio, ficam praticamente invisíveis dentro dos ouvidos. Mas devem ser retirados para dormir, para tomar banho e outras ocupações que atinjam os ouvidos. Então, você paga por isso e não tem muita solução. Há muito tempo me encontrei com Francelino Pereira e comentei como ele como é que havia conversado com dona Latife ao telefone, muito bem, sabendo que ela estava escutando muito mal. Ele me contou que havia conseguido um aparelho telefônico especial para surdos, que foi o maior sucesso.

Não procurei esse aparelho, mas outro que faz a maior falta: o que consiga aumentar a campainha da porta. Se estou sozinha em casa, quem chega pode rachar de tocar e eu não escuto. Pedi ao responsável pelo sistema, que é dotado de vídeo, para descobrir se havia uma campainha dessas com vídeo que tivesse um som especial para surdos. Não tem, não existe, ninguém conhece, nem mesmo quem vende aparelhos para surdez. Fui ficando tão injuriada com o problema que pedi a um eletricista que é muito bom para conseguir para mim uma gambiara que funcionasse com o aumento do som. Ele disse que vai conseguir, estou esperando para ver se ele consegue fazer o milagre – e eu não deixe minhas visitas bater o nariz na porta.

Outra doideira que a idade provoca, e que eu nunca soube, é que viver muito significa também o encolhimento das gengivas. Alguém acredita nisso? Os dentes ficam mais expostos, não há conserto, ninguém trata esse tipo de problema, porque, na realidade, não há jeito de aumentar as gengivas. O que acontece é que esse fator provoca alguns problemas delicados, impossíveis de resolver. O único caminho é conviver com eles.

Lance curioso da idade é a capacidade motora das mãos. Os anos trazem um sério problema porque é difícil carregar muitos objetos, ou dispor de muitas opções de coisas que não acabem no chão. A cada banho me lembro de um sabonete que era vendido nos Estados Unidos, soap on a rope, que era um achado – o sabão não caia das mãos porque era preso a um cordão. E para quem acompanha os principais problemas da idade, as quedas mais perigosas ocorrem quase sempre nos banheiros. Sabonete no chão do box de um banheiro pode levar qualquer descuidado ao chão...

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