Você já ouvir falar em acufeno? É a síndrome do zumbido constante no ouvido, que afeta mais de 28 milhões de brasileiros. São ruídos gerados dentro do próprio corpo – e não barulhos do ambiente –, que atormentam as pessoas, prejudicam o dia a dia e a qualidade de vida. Segundo a fonoaudióloga Isabela Papera, há relatos de vários tipos de ruídos nos ouvidos. “Muitos pacientes comparam o ruído do seu zumbido ao barulho da cigarra. Outros já descrevem o incômodo como um som de apito, panela de pressão, concha, cachoeira”, diz a especialista, explicando que “normalmente, os ouvidos captam os sons do ambiente e os enviam para o cérebro na forma de impulsos elétricos. O zumbido ocorre quando as vias auditivas passam a enviar esses impulsos mesmo sem haver uma fonte externa gerando aquele som. Para o tratamento, o desafio então é descobrir o que leva a essa emissão indiscriminada de impulsos, já que o zumbido em si não é uma doença, e sim, um sintoma”.
A impressão de que o acufeno – ou zumbido permanente – afeta apenas os idosos é falsa, mas tem uma explicação: cerca de 90% dos casos têm como causa principal a perda de audição.
O zumbido pode ser temporário ou permanente (acufeno) e ocorre por causa da exposição a sons altos; perda auditiva; infecção nos ouvidos; estresse e até como efeito secundário da meditação. Em alguns casos, a causa decorre de cera nos ouvidos, transtornos crônicos de saúde e lesões ou doenças que afetam os nervos do ouvido interno ou o centro auditivo do cérebro. Estudos mostram que 95% da população já ouviu zumbido pelo menos uma vez na vida e até 17% apresentam o sintoma. Além disso, o zumbido atinge cerca de 30% dos idosos acima de 65 anos.“As células ciliadas são, como o próprio nome diz, como cílios ou microfilamentos muito delicados que se movem dentro do ouvido, em reação à pressão das ondas sonoras.
Não há um único meio de tratar o zumbido, mas os médicos costumam recomendar terapia sonora, terapia cognitivo-comportamental ou mesmo a terapia de retreino de acufeno cardiovascular, pois o mal pode ocorrer também por causa de uma deficiência no funcionamento dos vasos sanguíneos. A forte ligação entre zumbido e perda auditiva facilita bastante o tratamento.
Nestes casos, para a maioria dos pacientes, o uso de aparelho amplificador é suficiente para aliviar o desconforto com o zumbido e oferecer enriquecimento sonoro, melhorando a condição auditiva. O tratamento é realizado muitas vezes junto com um aconselhamento psicológico. Quando o estresse age como um gatilho para o zumbido, por exemplo, o paciente pode não conseguir escapar de um eventual retorno de zumbido mais intenso. .